No penúltimo dia dos Jogos Olímpicos de Tóquio, e após o México ter vencido por 3-0 o Japão num jogo que reeditou a disputa de 1968 onde perderam a medalha de bronze, o Brasil e Espanha defrontaram-se pelos lugares cimeiros de um pódio que, e depois do triplo salto feminino, voltou a ser ibero-americano. Esta final, que aconteceu em Yokohama e teve como quarto árbitro o português Artur Soares Dias, foi disputada do primeiro ao último minuto e só ficou selada a favor dos brasileiros aos 108 do prolongamento.
Se a primeira oportunidade de golo foi para Espanha, com um quase autogolo de Matheus Cunha, foi o mesmo jogador que abalou aos 45+2 minutos as redes defendidas por Unai Simon (que também esteve presente no Europeu) a favor da equipa canarinha. Na segunda parte, Espanha conseguiu se impor e alcançou o empate após um grande remate de Mikel Oyarzabal. Com o marcador novamente empatado, foi necessário ir para o prolongamento para se decidir que voltaria a casa com a medalha de ouro e de prata.
No prolongamento, e após ambos os treinadores terem mexido nas equipas que iniciaram a partida, foi Malcom que virou o jogo a favor do Brasil. O jogador, que esteve durante um ano no Barcelona e chegou a Rússia envolto em polémica com os próprios adeptos a receberem-no com cânticos xenófobos, correu para o ouro olímpico com o golo que hipotecava as esperanças que Espanha poderia ter de voltar a empatar a partida e levar a grande decisão para as penalidades.
Com esta vitória, o Brasil torna-se bicampeão olímpico, já que tinha ganho o torneio olímpico do Rio2016, e iguala o registo de Grã-Bretanha, Uruguai, Hungria, União Soviética e Argentina. Em 1992, nos Jogos Olímpicos de Barcelona, Espanha alcançou o ouro e em 2000 ficou com a prata que agora repete num pódio ibero-americano que ficou com o México no terceiro lugar.