Comunidade de Países de Língua Portuguesa prepara acordo de mobilidade

Governantes da CPLP têm em cima da mesa a situação em Cabo Delgado e o aumento da pobreza

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A Comunidade de Países de Língua Portuguesa, que foi criada há 25 anos durante o governo de António Guterres, reúne-se em Angola com o objectivo de reforçar as relações económicas e a mobilidade existente entre os nove países membros. A CPLP é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial.

Na XIII cimeira de chefes de Estado e Governo da CPLP, comunidade com 300 milhões de habitantes e dividida por quatro territórios diferentes, será assinado um acordo histórico que vai permitir uma mobilidade mais flexível entre os diferentes estados consoante as suas especificidades internas. Algo parecido ao espaço Schengen europeu. Uma maior mobilidade irá ajudar a um maior sentido de comunidade entre os falantes da língua portuguesa. Para o presidente da república portuguesa, este acordo será um trunfo para a «vida das pessoas, sobretudo de estudantes, trabalhadores ou empresários».

Esta ideia, do primeiro-ministro português e maturada pela presidência cabo-verdiana, vai permitir a livre circulação de pessoas e assim impulsionar ainda mais as trocas comerciais e culturais já existentes e que têm na língua portuguesa a sua principal ponte. Num artigo de opinião, que o ministro português dos negócios estrangeiros Augusto Santos Silva escreveu para o Diário de Notícias, é o governante sublinha a importância de uma língua em comum já que assim podemos «partilhar os pensamentos, as emoções, as tradições, os costumes, as criações, o conhecimento que nela se exprimem».

Presidência angolana da CPLP e objectivos

A presidência angolana da CPLP que agora começa terá como tema «Fortalecer e Promover a Cooperação Económica e Empresarial em tempos de pandemia, em prol do desenvolvimento sustentável nos Estados-Membros da CPLP». Uma maior criação de riqueza, emprego e o aproveitamento mais sustentável dos recursos humanos e naturais são os objectivos de Angola para este biénio que termina em 2023. Também serão discutidos mecanismos para diminuir a insegurança alimentar e a pobreza que cresceu nos países da comunidade durante a pandemia.

Durante a Cimeira será falada sobre a situação em Cabo Delgado, a continuação da pena de morte na Guiné Equatorial (o país comprometeu-se quando entrou na organização a impor a língua portuguesa e terminar com a pena de morte) e a cooperação sanitária entre os estados. Portugal irá doar 5% das suas vacinas contra a Covid-19 aos países africanos e a Timor-Leste. O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Francisco Ribeiro Telles, que está a abandonar o cargo a favor do timorense Zacarias da Costa, pede uma Cimeira que aproxime os povos e não só os políticos.

A comitiva portuguesa (composta por Marcelo, Costa e Santos Silva) chegou a Luanda com 50 mil doses e muita esperança para uma Cimeira que será virada para o futuro dos países. A fadista Cuca Roseta irá actuar no jantar e o presidente português irá receber o prémio «José Aparecido de Oliveira».

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