Costa realizou a sua primeira visita oficial a Timor-Leste olhando para o futuro desta nação

Timor-Leste é o único país lusófono no continente asiático e um dos países mais novos em todo o mundo

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O primeiro-ministro português, António Costa, realizou a sua primeira visita oficial a Timor-Leste (a terra do sol nascente, como este país é conhecido). Costa foi o primeiro chefe de um Governo estrangeiro a visitar o país de 1,3 milhões de habitantes e que é um dos mais recentes do mundo. Isto desde a tomada de posse do novo Executivo.

A visita portuguesa foi encarada não só como um momento de amizade mas também de abertura de portas. Um novo ciclo na relação entre os dois países está a começar. «Temos a certeza de que a amizade que sempre foi demonstrada pelo povo português e pelo povo português será mais uma vez provada, na prática, no apoio a este jovem país que quer ir para a frente», disse Xanana Gusmão.

Timor-Leste é o único país lusófono no continente asiático (isto porque Macau é uma região administrativa chinesa). O que funciona como porta de entrada para as empresas portuguesas no continente mais populado do mundo. Em Timor, a comitiva portuguesa encontrou-se com as mais altas figuras do estado do sudoeste asiático. 

Português, a língua da liberdade em Timor-Leste

Em Timor-Leste, António Costa defendeu a necessidade de reforçar o ensino do português. O português «não é só mais uma língua» como faz parte da identidade deste país já que durante a ocupação por parte da Indonésia o grupo de guerrilheiros, liderado por Xanana Gusmão, escrevia todas as ordens em português para não serem interceptados pelas autoridades locais.

O português é visto como uma língua de liberdade. O primeiro-ministro português defendeu a necessidade de se manter a memória viva e como tal honrou a memória das vitimas do massacre do cemitério de Santa Cruz, local onde 300 pessoas morreram. A ocupação indonésia durou de 1975 a 1999. Este massacre teve um papel preponderante para a realização de um referendo de autodeterminação, em 1999 e a independência que chegou no ano seguinte.

O reforço das relações económicas é um dos principais objectivos dos Governos de Lisboa e de Díli. Durante a visita foi anunciado que se está a criar um novo modelo para combater a imigração ilegal de Timor para Portugal. Segundo o governante português, «é fundamental é que a migração seja feita por canais legais, de forma a que seja do benefício do próprio, para benefício do seu país de origem e do país de destino».

João Gomes Cravinho, que também se vai deslocar até a Indonésia (os dois países não tiveram relações diplomáticas durante décadas), olha para aquela região do mundo com um grande potencial para as energias renováveis. Para o chefe da diplomacia lusitana, as energias renováveis estão entre «as indústrias do futuro». O Governo de Díli, liderado por Xanana Gusmão (um dos heróis da luta pela  independência), quer o apoio de Portugal para investirem mais na economia azul e na descentralização (especialmente da administração pública). Ambos os países são pequenos mas tendem a crescer quando se viram para o mar. No jantar oficial dado, Gusmão lembrou que «Portugal está também a apostar na economia azul, não só para gerar riquezas para a sua população, mas para reforçar o clima e o oceano».

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