Na primeira reportagem do conjunto de uma série que a RTP fez sobre a Raia e os seus 1214 kms de distância, que vai de Caminha ao Algarve, a estação pública incidiu sobre os rios ibéricos. A fronteira luso-espanhola foi reforçada graças ao tratado de Alcañizes.
O início desta viagem começa a norte, banhado pelo Minho. Uma das principais cidades banhadas por este rio ibérico é Caminha, que fica num dos extremos da fronteira portuguesa e existe ainda antes da criação do reino. Caminha é uma vila raiana, e orgulhosamente minhota, que tem um rico património cultural e natural. Deste destaca-se a igreja matriz de Caminha e a serra de Arga.
A esta região, especialmente durante o verão, correm muitos espanhóis (especialmente galegos). Portugueses e espanhóis «cosem» a Raia passando as suas pontes e conhecendo as cidades-irmãs (muitas delas eurocidades) que partilham não só uma história comum mas também tradições ou gastronomia. O marisco do Minho é do agrado das populações que se juntam perto das margens para celebrar não só a vida mas também a amizade. Na fronteira os sotaques são o que menos importam. Cada vez mais as populações vivem em conjunto e apresentam pacotes turísticos partilhados.
Parte da fronteira, ao contrário da Raia seca, baseiam-se em rios que nascem em Espanha e têm a sua foz em Portugal e no Atlântico. Como é o caso do Tejo, que chega a Lisboa num belo espelho de água que é de agrado até dos golfinhos. Os rios sempre foram vistos como linhas divisórias mas agora aproximam as populações ribeirinhas.
A Raia é a fronteira mais antiga da Europa e as suas populações partilham uma história, costumes e belezas em conum. A fronteira entre Portugal e Espanha tem 800 anos e é uma das mais antigas e pacíficas do mundo (comparando com a situação que vivemos na atualidade, com países vizinhos em guerra não só no Médio Oriente mas também na Europa). Parte destes segredos estão a ser desvendados pela RTP.