Descendentes dos judeus sefarditas obtêm as nacionalidades ibéricas

Medida vista como reparação histórica é aplaudida pelo embaixador israelita

Comparte el artículo:

Os sefarditas estão de regresso a Península Ibérica meio milénio após a sua expulsão. Em Portugal, e desde a implantação desta lei, a comunidade judaica recebeu 16.750 pedidos de nacionalidade. A possibilidade de conceder a cidadania portuguesa aos descendentes daqueles que foram expulsos do território devido a intolerância religiosa é vista como uma reparação histórica. Esta medida é vista pelo embaixador israelita, Dor Shapira, como um «passo muito corajoso».

Milhares de descendentes de judeus sefarditas têm conseguido a nacionalidade portuguesa graças a esta lei. As candidaturas apresentadas pelos descendentes dos judeus sefarditas são minuciosamente avaliadas. Os proponentes têm que apresentar um dossiê onde comprovem a sua árvore genealógica. Após isto, a Comunidade Judaica do Porto e a de Lisboa analisa o processo de certificação do sefardismo do candidato. Este foi o percurso feito por Roman Abramovich, o presidente do Chelsea, que desde Abril é português.

O processo da Lei da Nacionalidade, que atualmente é feito em papel, em breve poderá ser feito por via electrónica. Este é um pedido da Comunidade Judaica do Porto. Para conseguir o passaporte português, um dos mais atrativos do mundo, é necessário fazer um estudo genealógico que comprove ser descendente da comunidade que foi expulsa do território ibérico no século XVI (ou que faça parte de uma outra comunidade sefardita de origem portuguesa no mundo), ser maior de idade e não ter cometido nenhum delito que dê uma pena de prisão superior a três anos. A possibilidade de aumentar as restrições, tal como a Espanha fez, na obtenção das nacionalidades ibéricas é visto pelo padre Vítor Melicias como «um incompreensível atentado».

Maiores restrições a obtenção da nacionalidade espanhola pelos sefarditas

Em Espanha, país que adoptou a mesma lei para os judeus sefarditas, nos primeiros seis meses do ano foram concedidos 13.754 passaportes a descendentes sefarditas. 3.028 pedidos de nacionalidade foram negados. Segundo a ministra da justiça, Pilar LLop, a negação destes pedidos acontece devido a uma fiscalização rigorosa da documentação apresentada pelos requerentes.

Noticias Relacionadas