Um novo documentário pretende dar voz aos silêncios que fazem parte da história conjunta de Portugal e Moçambique. O objectivo é através de um novo diálogo sobre o passado olhar para o presente e planear um futuro com muitos pontos em comum. Neste documentário, da autoria da professora universitária Vanessa Rodrigues, é possível ver testemunhos de figuras menos conhecidas que pretendem ajudar a reflectir sobre a história que estes países compartilham.
Em Feitiço de Areia as fotografias e os slides do fim do período colonial português em Moçambique ganham uma nova narrativa que promete romper com vários silêncios ainda presentes. Alguns dos temas abordados são a escravatura, o colonialismo ou a guerra. As mais de quatro décadas de independência de Moçambique ainda são poucas para olharmos para a história como algo que está enterrado no passado.
Salgueiro Maia dizia que «Abril ainda está por cumprir» e muitos moçambicanos defendem que a revolução ainda não se cumpriu na sua totalidade. Muitos ainda têm medo de falar e recordam os tempos de escola, em que mesmo sendo moçambicanos tinham que todos os dias cantar o hino português. As gravações têm passado por Nampula, Pemba ou Maputo, onde a equipa de gravação luso-moçambicana tem recolhido testemunhos intergeracionais tanto sobre a luta pela libertação do regime colonial português. As gravações tem passado por Nampula, Pemba ou Maputo, onde a equipa de gravação luso-moçambicana tem recolhido testemunhos intergeracionais tanto sobre a luta pela libertação do regime colonial portugues ou os activismos da sociedade actual.
São um total de 23 entrevistados. Jovens ou participantes na Guerra Colonial ou da Libertação que apresentam desta forma a sua perspectiva de uma forma plural. A ideia da realizadora é também criar um site para que estas histórias perdurem para gerações futuras. Feitiço de Areia, que conta com o apoio do Instituto Camões, vai estrear em 2024, o ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril e das independências das várias colónias.