Foi realizada em Brasília a 14ª edição da Cimeira Luso-brasileira, que juntou os chefes de Governo de ambos os países. Um grupo de mais de 10 ministros, de cada um dos Executivos, participou na reunião que aconteceu no Palácio do Planalto. Foram assinados cerca de 20 acordos em áreas como a Defesa, Justiça (como é o caso do combate ao crime organizado), Cultura ou Saúde.
Portugal e Brasil assinaram um acordo para a proteção de dados classificados e para facilitar a troca de informação entre os dois países, isto no que toca a defesa. Também na área da Energia, Portugal e Brasil vão assinar entendimentos para acelerar a transição energética, abandonando os combustíveis fósseis, apostando mais nas energias renováveis.
Luís Montenegro garantiu a Lula da Silva que os portugueses tem»tolerância zero» para a xenofobia. Investimentos brasileiros em Portugal vêm crescendo a um ritmo de 8% ao ano. O objetivo é aprofundar a integração e atrair novos investimentos. O que saiu desta Cimeira vai permitir abrir «novos diálogos» entre Brasil e Portugal e melhorar a qualidade de vida dos «expatriados».
Em Brasília foi inaugurada uma exposição de Joana Vasconcelos, que também tem o seu trabalho exposto em Madrid. Depois da assinatura dos acordos bilaterais, Luís Montenegro e Lula da Silva falaram aos jornalistas. Esta foi a primeira Cimeira com a participação de Luís Montenegro e a última de Marcelo Rebelo de Sousa como o presidente de Portugal. No mesmo dia em que aconteceu esta Cimeira, e depois de um discurso que Montenegro proferiu na Universidade de Pernambuco onde apelou a «defesa da democracia», Bolsonaro foi formalmente acusado de tentativa de golpe de Estado para se manter no poder após as eleições que perdeu contra Lula da Silva.
Para além de participar na Cimeira, Luís Montenegro esteve em São Paulo, no edifício da FIESP, para encerrar um Fórum Económico Empresarial Luso-Brasileiro. A viagem de Luís Montenegro ao Brasil aconteceu num momento em que o Chega pretende apresentar uma noção de censura ao seu Governo.
