Milhares de fieis voltaram ao Santuário de Fátima para celebrar o 13 de Maio. O recinto voltou a abrir-se ao mundo. Esta é a data mais importante no calendário das aparições. A Virgem foi celebrada com eventos em vários pontos do globo mas o momento mais importante aconteceu na Cova de Iria. Mesmo sem os números registados antes da pandemia, os peregrinos encheram o recinto depois de terem percorrido (muitos deles) milhares de quilómetros a pé.
Esta cerimónia decorreu sem restrições mas as autoridades aconselharam que a mascara fosse usada onde as concentrações fossem maiores. Este encontro, o maior do país, acontece já há 105 anos e o novo bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, lembrou que é possível viver a fé mesmo em tempo de provações de saúde ou bélicas. Dois dos Pastorinhos de Fátima foram vitimas da anterior pandemia, que ficou conhecida mundialmente como gripe espanhola. A peregrinação internacional aniversaria este ano foi presidida pelo bispo venezuelano D. Edgar Peña Parra.
A peregrinação contou com mais de uma centena de grupos de mais de 20 países. A Itália, Espanha, os Estados Unidos e o México foram algumas das nacionalidades presentes no santuário. Para controlar este fluxo, para além da policia portuguesa, também participaram efetivos espanhóis. Segundo os serviços, na procissão das velas (na noite anterior) terão estado no recinto cerca de 200 mil peregrinos, enquanto o 13 de Maio foi assistido no santuário por 170 mil fiéis.
Para muitos este foi um momento que esteve em suspenso durante os dois anos em que a pandemia de Covid-19 não permitia viajar ou grandes aglomerações. As promessas estiveram em atraso mas a fé estava em dia. Este mar de pessoas deslocou-se de vários pontos do país e do estrangeiro para agradecer e pagar promessas a Nossa Senhora de Fátima. Este foi um dia de oração pela paz e pelo futuro do mundo. Um novo lugar para todos. Esta peregrinação acontece num momento em que as coisas mudam de uma forma rápida e radical.
A mensagem de Fátima não pode ser lida sobre a mesma perspetiva de 1917. Nas celebrações não faltou emoção, luzes, rosas e lenços brancos. Também existiram referencias a Ucrânia, tanto com bandeiras como em palavras. Uma imagem de Nossa Senhora foi benzida e brevemente será enviada para Lviv (onde já está outra Imagem Peregrina). No inicio da guerra, tanto a Rússia como a Ucrânia foram consagradas ao Coração Imaculado de Maria. O bispo Peña Parra na sua homilia relembrou que todos os povos envolvidos no conflito (mesmo aqueles que apenas observam) perdem.
No próximo ano, o Papa estará no Santuário devido a Jornada Mundial da Juventude.