Iberian Festival Awards celebram primeira edição pós-pandémica

A cidade da Maia, no distrito do Porto, acolheu pela primeira vez a cerimónia que distingue os melhores eventos em Portugal e Espanha

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A Associação Portuguesa de Festivais de Música (APORFEST) realizou no passado sábado, 11 de março, a sétima edição dos Iberian Festival Awards, os prémios que reconhecem a cada ano os melhores festivais ibéricos. O Grande Auditório do Fórum da Maia acolheu a gala, que recuperou categorias anteriores à pandemia e deu a conhecer uma nova: a “contribuição para a igualdade”.

Esta introdução assinala uma nova fase do Talkfest, onde se inserem os prémios ibéricos, que inaugurou a secção “Women in Music Industry” para destacar o papel das mulheres no setor dos festivais. Um dos focos principais do evento, ao qual se juntam a sustentabilidade financeira dos festivais a curto-médio prazo, a implementação de novas tecnologias, a acessibilidade e igualdade entre profissionais e perante o público em geral, e o reforço de sinergias estratégicas entre Portugal e Espanha.

Na cerimónia dos prémios ibéricos, o Festival Med, que decorre em Loulé, foi distinguido como o “melhor festival lusófono e hispânico” e pela “melhor promoção turística”. O galardão de “maior festival” foi atribuído ao Rock in Rio Lisboa, que também recebeu o prémio de “contribuição para a sustentabilidade”.

O Neopop, festival de música eletrónica em Viana do Castelo, venceu como “melhor festival de média-dimensão”, enquanto o festival galego 17º Ribeira Sacra foi reconhecido como o “melhor festival de pequena dimensão”.

O Kalorama, de Lisboa, conquistou a categoria de “novo festival”, e o Festival Músicas do Mundo, entre Sines e Porto Covo, foi reconhecido como o “melhor programa cultural”. O “melhor festival em recinto fechado” foi o português Revenge of the 90s, enquanto o festival Jardim Sonoro venceu pela “melhor comunicação e estratégia de marketing”.

O “melhor acolhimento e receção”, segundo o júri dos prémios, esteve a cargo do festival madrileno Noches del Botánico, enquanto o Bons Sons venceu o prémio nacional nesta categoria. O mesmo festival, que se realiza na aldeia de Cem Soldos, em Tomar, foi também o vencedor da categoria em estreia: a “contribuição para a igualdade”.

O Fest4Kids, de Setúbal, foi considerado o “melhor festival académico e jovem”, e o Artbeerfest, em Caminha, festejou a vitória na categoria de “melhor festival não-musical”. O prémio de “melhor festividade” foi entregue às Festas do Mar, de Cascais, e o BIME, entre Bilbao e Bogotá, foi distinguido como o “melhor evento profissional”.

A paisagem do Douro, que recebe o Douro & Porto Wine Festival, teve direito à distinção de “melhor local festivaleiro”, enquanto a “melhor fotografia” foi o trabalho de Sara Falcão no festival Summer Opening, no Funchal (Madeira).

A bilheteira espanhola Enterticket foi reconhecida como o “melhor prestador de serviços”, a Vibra Mahou pela “melhor ativação de marca” no Low Festival, de Benidorm, e a agência Prodigioso Volcán pela “melhor utilização da tecnologia” no Icónica Sevilla Fest.

C. Tangana arrecadou o prémio de “melhor atuação por um artista ibérico” pela performance no festival sevilhano, enquanto o concerto dos Arctic Monkeys no festival Cala Mijas foi o vencedor da “melhor atuação internacional”. Havendo ainda espaço para um prémio da fundação INATEL, atribuído à banda portuguesa Expresso Transatlântico.

Em resposta ao contacto feito pelo EL TRAPEZIO a todos os vencedores, o festival Revenge of the 90s agradeceu ao seu público por ser “a principal razão do nosso sucesso”. A experiência “imersiva e interativa”, que revisita em digressão a música e os “momentos icónicos” dos anos ’90, quer agora expandir-se além-fronteiras. “Surgiram inúmeros pedidos para levarmos a Revenge a Espanha”, referiu a responsável pelo marketing do festival, Constança Castello-Branco, visto que, em anos anteriores, participaram artistas “como Los del Rio ou Las Ketchup”.

Já o Festival Músicas do Mundo (FMM) avalia o prémio recebido como um reconhecimento de “um festival de música que é bastante mais do que isso”. O presidente da Câmara Municipal de Sines, organizadora do evento, explica que, a partir da música, o festival pretende representar outras artes, como “a literatura, as artes plásticas, a performance ou o teatro”, fazendo a “ligação dos povos” ibéricos. “É muito importante para nós manter o público espanhol como o público estrangeiro que mais acorre ao FMM, reforçando os laços que unem os dois povos da Península”, conclui Nuno Mascarenhas. 

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