Com 50 anos de carreira como fotojornalista, Inácio Ludgero foi condecorado pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Ordem de Mérito. Um dos mestres da fotografia portuguesa vê assim reconhecida a sua longa trajetória. No Clube dos Jornalistas, onde um grupo de amigos e colegas de profissão felicitaram a longa carreira do fotógrafo, Marcelo Rebelo de Sousa tornou Ludgero Comendador.
O Grande Mestre do Grande Oriente Ibérico, que já foi entrevistado pelo EL TRAPEZIO, começou a trabalhar no dia 1 de junho de 1972. Com 50 anos de carreira na imprensa e 36 na maçonaria, o português é um iberista convicto. O Grande Oriente Ibérico irá publicar um livro com artigos de opinião assinados por vários membros desta ordem (e escritos em português e em espanhol) sobre a solidão que a pandemia trouxe. Foi um dos nomes que se opôs a obrigatoriedade dos maçons com cargos públicos apresentaram a sua afiliação ideológica.
Fez parte dos quadros do jornal A Capital, da revista Visão, Sociedade Portuguesa de Autores e atualmente trabalha como freelancer. Sempre com bastante paixão em tudo o que faz, as suas fotografias fizeram parte de inúmeras exposições e álbuns (exemplo disso é Lisboa, Capital do Coração). Em 1999, na província do Huambo, através da sua lente captou a Pietá Negra. Esta foto foi considerada uma das cinquenta melhores, pela Associated Press, do século XX.
Do 25 de Abril a Timor, a lente de Ludgero testemunhou a história
No mesmo ano esteve presente em Timor-Leste para o referendo que terminou na independência do país. Foi um dos nomes que ajudou a mostrar ao mundo todo o sofrimento de um povo esquecido. Também foi testemunha in loco da Revolução dos Cravos, em 1974. Segundo Confúcio «uma só imagem vale mil palavras» e, como tal, uma simples fotografia tem um poder transformativo e de influência.
São impressionantes, duras, sinceras. Uma imagem conta tudo, não esconde nada. Fixa os nossos olhos e faz com que reflitamos sobre o que acabámos de ver. São, como um bom prato gastronómico, para se “saborear” com calma. Para o fotógrafo não basta apenas estar onde a história acontece, mas deve-se contar histórias. Inácio Ludgero acompanhou durante 38 anos um dos maiores nomes da história da política portuguesa, Mário Soares, em todos os momentos.
É a partir da lente fixa que as notícias e as emoções nascem. Oriundo da Amadora, mas com raízes no Alentejo, em 1950, Inácio Ludgero considera-se um cidadão do mundo. Para Inácio Ludgero, os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade podem ser encontrados no interior de cada um de nós. Ludgero defende que não é possível esquecer o passado para ser possível construir o presente e o futuro. Sem memórias, sem recordações, não existe liberdade.