Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos debateram em plena hora de jantar depois de um adiamento deste encontro televisivo devido ao «blackout». Em relação a este problema, o Governo defende a sua estratégia de comunicação e acusa o PS de «oportunismo da desgraça». Haverá na próxima quarta-feira, proposto pelo PCP, um debate na Assembleia da República sobre o «blackout».
Durante o debate televisivo, que foi transmitido em simultâneo nos 3 canais generalistas, falou-se sobre o estado da economia com ataques de um lado para o outro. Foi um «braço-de-ferro» entre os dois principais líderes do «centrão». 2,71 milhões de espectadores viram este debate, que aconteceu na Faculdade de Economia da Nova de Lisboa, em Carcavelos.
Com Luís Montenegro a acusar o lider do PS de «pessimismo». A conversa das contas certas agora está do lado dos socialistas e não da direita, como é o habitual. Os portugueses pedem que a AD e o PS se entendam para um Governo estável e que dure mais de um ano (ao contrário do anterior).
Pedro Nuno Santos acusa o Governo de usar dinheiros públicos e situações de emergência, como aconteceu no apagão (haverá auditorias para saber a causa do mesmo), para fazer campanha política. Como aconteceu nas comemorações do 1° de Maio em São Bento, onde atuou ao lado de um conhecido cantor português. Pedro Nuno Santos promete defesa do sistema público de pensões e nega a possibilidade de privatização, avançada por outros partidos políticos. Saúde, pensões, habitação ou apagão são algumas das temáticas em destaque numa campanha que vai começar formalmente a 4 de Maio. Pedro Nuno Santos e Montenegro concordam com mais construção de habitação, um problema que afeta também o outro lado da fronteira.
O líder do PS acusou o PM de ter atirado o país para eleições por ter sido «apertado» e que muitos partidos políticos já estão em campanha, como é o caso do Chega (que até já esteve em Sesimbra). Que continua sem esquecer o caso de Montenegro com a empresa Spinumviva. Que ainda é tema de conversa.
Luís Montenegro recusa ter interferido de alguma forma em contratos do estado com as empresas que a empresa da sua família trabalha. Um dúvida que ficou na cabeça de todos os portugueses e Rui Tavares, do Livre, defende que é preciso «elevar a fasquia da ética» que um primeiro-ministro tem que ter. O debate morno (comentado nas redes sociais) foi azedo mas a estabilidade é algo que todos pretendem. Também mais ambição, algo que não se tem visto nos diferentes programas políticos.
No dia do trabalhador, a UGT defendeu que o próximo Governo terá que cumprir os acordos de concertação social. Segundo a mais recente sondagem, a AD deve consolidar a sua vitória mas a Assembleia ficará com uma composição bem semelhante à atual. Se a AD e os Liberais se juntassem, seria possível chegar a uma maioria absoluta. A Federação dos Médicos lamenta que o Governo tenha deixado a saúde numa «situação muito pior do que a encontrou». As eleições legislativas (Portugal teve as suas primeiras eleições há cinquenta anos) vão acontecer a 18 de Maio.