O “beijo da discórdia” e como este pode colocar em causa a candidatura ibérica ao Mundial de 2030

FPF defende que esta é uma candidatura de países e não de figuras e como tal o polémico caso não deve interferir

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O beijo de Rubiales a jogadora Jenni Hermoso após a conquista do Mundial feminino continua a fazer correr muita tinta e ameaça manchar a candidatura ibérica ao Mundial de 2030. Ainda não se sabe o impacto que este tema pode ter para as aspirações ibéricas. Este tem sido um tema bastante comentado não só nos meios de comunicação mas também nas redes sociais. Rubiales continua a defender-se dizendo que este foi um beijo consentido mas pediu desculpa pelo mesmo. O dirigente desportivo acredita que está a ser vítima de um «assassinato social».

Do lado português, acredita-se que esta candidatura, que é vista como a favorita, está imune a este escândalo que já passou as fronteiras ibéricas. Futebolistas de Portugal e de Espanha já prestaram o seu apoio a Hermoso. Para Casillas (antigo jogador da selecção de Espanha e do Porto) e a internacional portuguesa Jéssica Silva esta atitude e o posterior discurso podem ser descritos como «vergonhosos». O antigo selecionador espanhol e actual treinador do PSG, Luís Enrique, não se uniu ao coro contra Rubiales.

A FPF, que tem optado pelo silêncio, acredita que o comportamento de Luís Rubiales é um assunto interno e deve ser tratado dessa forma (como aconteceu com a Ucrânia e o caso de corrupção que envolvia o presidente da federação deste país). A federação portuguesa defende que «a candidatura ao Mundial 2030 é um projecto que está acima de quaisquer pessoas ou cargos. Nasceu da vontade de federações, mas hoje é uma candidatura de países empenhados em ser a casa do maior evento desportivo global, e nada interferirá com a vontade de organizar o melhor Mundial de sempre».

Governo português opta pelo silêncio para proteger a candidatura ibérica

A secretaria de Estado do Desporto não tem feito nenhuma declaração em relação a este assunto. A Iberia, uma das principais patrocinadoras da RFEF, pediu respeito pela dignidade de todos os atletas, sendo homens ou mulheres. Rubiales já abordou a candidatura com Portugal, Marrocos e Ucrânia ao Mundial de 2030, onde se vai celebrar o centenário desta competição.

Na Assembleia Geral da Federação extraordinária, onde Rubiales afirmou que não se vai demitir, o presidente da RFEF agradeceu «ao Fernando Gomes da FPF, e ao presidente da federação de Marrocos, porque temos muitas hipóteses de trazer esse Mundial e criar postos de trabalho, com toda a dimensão positiva que traria». O Governo espanhol vai apresentar queixa em tribunal contra Luís Rubiales que está suspenso de funções.

A demissão de Luís Rubiales deverá estar “presa” a vontade da FIFA. A candidatura ibérica ao Mundial tem como a principal concorrente a proposta sul-americana que junta o Uruguai (local onde aconteceu o Mundial há 100 anos), Argentina (a actual campeã do Mundo), Chile e Paraguai. A sede será conhecida dentro de meses.

 

 

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