Há vários dias que falamos sobre o que os incêndios estão a fazer em Portugal e em Espanha mas os fumos dai resultantes fizeram disparar as emissões de CO2. Em ambos os países estamos com níveis que não eram registados desde 2003-2005.
A nuvem de fumos provocados pelos incêndios no território ibérico já chegaram ao Reino Unido, França ou a Escandinávia, como demonstra um relatório do Copernicus Atmosphere Monitoring Service (CAMS). Os satélites também têm mostrado as cicatrizes que estes incêndios florestais estão a deixar numa paisagem que passou de ser verde e se tornou cinzenta. Portugal lidera na União Europeia em percentagem o território ardido: até agosto, 2,35% do território nacional foi consumido pelos fogos.
Os incêndios já provocaram mortos em ambos os lados da fronteira. O governo do Brasil já demonstrou a sua solidariedade com Portugal e com Espanha devido ao problema com os incêndios. Algo que acontece todos os verões. Vinte e duas pessoas condenadas por crimes de incêndio estão presas em casa, com pulseira eletrônica, nos meses de calor. Esta ideia é do agrado do PAN. Metade das detenções feiras pela PJ pelo crime de incêndio aconteceram já neste mês de Agosto.
O Livre, PCP e o BE acusam o governo de estar alheado do drama dos incêndios. Na próxima quarta-feira haverá, no parlamento, um debate extraordinário sobre esta temática e que contará com a participação do primeiro-ministro.
Milhares de bombeiros, civis e membros das Forças Armadas têm participado nesta «luta» (como disse Luís Montenegro). Em Portugal estão a operar aviões suecos e vai chegar um helicóptero francês. Espanha também ativou o Mecanismo europeu da Proteção Civil. Um dos incêndios que está a lavrar em Portugal, mais precisamente em Chaves, veio da Galiza. Apesar das temperaturas terem baixado, o incêndio no Fundão sofreu um agravamento. Os incêndios não conhecem fronteiras e demonstram que a realidade e a ficção andam de «mãos dadas», já que a RTP teve uma série com uma premissa muito semelhante.