«O futuro está a nossa frente», lembrou o ministro Costa e Silva a uma plateia de empresários portugueses e espanhóis

O ministro da Economia e do Mar participou num dos habituais almoços dinamizados pela Câmara de Comércio e Indústria

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Empresários de Portugal e de Espanha reuniram-se, no Hotel Intercontinental de Lisboa, num novo encontro dinamizado pela Câmara de Comércio e Indústria. Esta instituição costuma organizar, regularmente, almoços com a presença de uma figura de destaque da política luso-espanhola. O convidado de honra foi o ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva.

 O ministro lembrou a plateia presente sobre as oportunidades que o país apresenta. Mesmo sendo pequeno, quando falamos de população, tem 1,7 milhões de trabalhadores formados em várias áreas cada vez mais vistas como primordiais para o desenvolvimento, como é o caso da engenharia ou das tecnologias. «O país está a avançar no seu processo de inovação», acredita Costa e Silva. No ano passado foram pedidas 312 patentes. A média europeia é de 150. Na última reunião da Cotec, em que participaram o Rei Filipe VI e o presidente italiano Sergio Mattarella, Marcelo Rebelo de Sousa pediu para que os três países do sul assumissem as rédeas da inovação na Europa. O Instituto Ibérico de Nanotecnologia de Braga, visto já como uma referência continental, é um excelente exemplo da inovação ibérica.

 O governante acredita que estamos perante uma revolução tecnológica, encabeçada pela IA, que será mais impactante para industrial que começou no Reino Unido. O responsável pelo Plano de Recuperação e Resiliência português, o primeiro a ser apresentado em Bruxelas, tomou o microfone para lembrar aos presentes que a cooperação luso-espanhola «é sempre forte independentemente dos governos». Esta é uma expressão que dá para quaisquer aspectos da vida das sociedades ibéricas, em especial quando olhamos para a vertente económica. Espanha é o principal destino das exportações portuguesas, representando 20.6% da totalidade das exportações lusas. «Estamos a trabalhar abertamente com o Governo espanhol», disse.

As empresas a operar em Portugal exportam cada vez mais e já representam 50% do PIB. No último ano, o PIB português cresceu 6,7%. Para muitos, este valor é apenas alavancado pelo turismo. «A economia portuguesa não é só turismo mas o mesmo é fulcral», disse. A metalomecânica, representada pela AutoEuropa, também é muito importante para o PIB português. Em 2022, este sector foi responsável por 23 mil milhões de euros em receitas.

O turismo vai contribuir, ainda mais, para o PIB português

Segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, este sector deverá contribuir com 40.400 milhões de euros para o PIB em 2023. No ano anterior, as receitas alcançadas pelo turismo em Portugal foram de 21,1 mil milhões de euros. Caso isto aconteça vai-se superar o recorde que o país tinha conseguido, em 2019 (antes da pandemia), de 40.100 milhões de euros.

Para o ministro é possível crescer sem esquecer a transição energética e a descarbonização. Esta vontade europeia é encabeçada pelo conjunto ibérico, algo que o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, já tinha recordado num encontro anterior na fundação Champalimaud. Tal como o seu colega de Governo, Costa e Silva defende mais interconexões que façam com que deixemos de ser uma ilha energética na Europa.

A jangada de pedra de Saramago deve ser metafórica e não real. «Devemos olhar para a península ibérica como o território que deve estar na linha da frente na descarbonização na Europa pois temos tudo para o conseguir», disse o ministro Costa e Silva, que durante vários anos trabalhou em empresas petrolíferas. No fim do seu discurso, ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, reforçou que «o futuro está a nossa frente». Neste almoço, onde estiveram presentes 150 gestores e empresários, foram criadas importantes pontos de diálogo.

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