O PS tem um novo secretário-geral. Nove anos depois, Costa deixa a liderança do Partido Socialista. Depois de António Costa, o novo «homem do leme» do Largo do Rato é o antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. A passagem formal para o cargo de secretário-geral só será feita no congresso socialista no início de Janeiro.
PNS foi eleito com 62% num universo de 60 mil eleitores e com o slogan Portugal inteiro. Um país, que segundo o político, «que decida e faça acontecer». PNS pretende continuar a aumentar o salário mínimo, melhorar os serviços públicos e continuar na senda das contas certas, caso consiga o cargo de primeiro-ministro. Garante estar focado numa grande vitória nas eleições de março.
Pedro Nuno, que ficou conhecido durante o período de crise económica por ter dito que se Portugal não pagasse, as pernas dos banqueiros alemães e franceses iriam tremer, admitiu uma «mudança no partido» após uma reunião a porta fechada com Antônio Costa (a quem se prevê que possa ser candidato às europeias). Em toda a história do PS, fundado por Mário Soares, só existiram nove líderes.
Nas primeiras declarações proferidas como o novo líder do PS, Pedro Nuno Santos demonstrou estar confiante na unidade do partido (pretende trabalhar com os dois adversários que teve neste pleito eleitoral) e considera que o partido dirigido até agora por Costa é um exemplo de estabilidade não só no país mas na Europa.
Costa foi um dos primeiros nomes a felicitar Pedro Nuno Santos por esta vitória. O ainda em exercício secretário-geral e primeiro-ministro, Antônio Costa, espera a continuidade das políticas tomadas nos últimos anos mas com uma nova energia, trazida muito devido a idade de Pedro Nuno Santos (46 anos). Costa também prometeu, em conversa com os jornalistas, não ser uma sombra no partido, tal como Pedro Passos Coelho é no PSD.
Sobre as futuras eleições legislativas, e o facto de haver sondagens que dão um empate técnico entre os socialistas de PNS e os sociais-democratas de Montenegro, muitos apontam para a possibilidade de uma nova Geringonça. «Não contam com o PCP para alimentar as ilusões do PS», avisou Paulo Raimundo. O presidente da Câmara de Lisboa deseja «o melhor» a Pedro Nuno Santos.
Pedro Nuno Santos acredita não ser o líder que a direita queria para as eleições de março. Umas eleições que são vistas como difíceis e que devem trazer um aumento do número de deputados do Chega e do IL.