Portugal e Espanha levam a sério a possibilidade de criarem uma estrutura jurídica contra as noticias falsas, um dos grandes perigos do nosso século. Mesmo sendo proactivos neste combate, ainda falta uma maior coordenação a nível europeu. Foi a esta conclusão a que um consórcio ibérico chegou.
No relatório pode ser lido que «Espanha e Portugal demonstraram uma abordagem proactiva na construção de uma estrutura jurídica que reconhece os perigos da desinformação – na prática, adaptando e adoptando a governança europeia». A Iberifier defende que os governos devem combater as fake news e adaptar-se rapidamente ao que as redes sociais nos trazem todos os dias. Para tal, as leis mediáticas devem ser «dinâmicas, adaptáveis e actualizadas».
No relatório também abordou-se a foram como a comunicação política está em território ibérico. A desinformação é cada vez mais perigosa. Especialmente quando falamos de política. As teorias da conspiração são bastante comuns nos Estados Unidos ou no Brasil. Para combater a desinformação noticiosa é necessária uma maior literacia mediática, esforços de verificação de factos, regulação das plataformas e um discurso político responsável.
Através do estudo de seis casos – três em Portugal (inflação, eleições parlamentares e invasão da Ucrânia) e três em Espanha (lei alusiva ao consentimento, imigração e eleições locais e regionais), o Iberifier (projecto que junta 23 instituições informativas ibéricas) identificou de que forma estes temas e as fake news criadas a volta dos mesmos influenciaram a sociedade portuguesa e espanhola. Este relatório conclui que «os esforços de Espanha e Portugal servem como exemplos notáveis, oferecendo informações valiosas para outros países que enfrentam desafios semelhantes».