Votou-se na Assembleia da República uma moção de censura, apresentada pelo PCP. Os comunistas defendem que o Governo não pode continuar em funções e que a queda é inevitável. A verdade é que desde que Portugal vive em democracia, alenas uma moção de censura teve sucesso e levou a queda do primeiro Governo constitucional. A moção de censura foi chumbada mas existe a possibilidade de eleições antecipadas. Só PCP, BE, Livre e PAN votaram a favor da moção de censura ao Governo. PS e Chega abstiveram-se. PSD, IL e CDS voatram contra. O que já se esperava.
Os deputados do Chega consideram que ainda faltam esclarecimentos sobre a situação da empresa de Luís Montenegro, que entretanto já terminou a sua ligação com a Solverde (responsável pelos casinos). No dia em que vários políticos europeus foram até Kiev, Montenegro alegou que não podia ir devido a problemas de agenda mas esteve a jogar golfe com o responsável máximo pela Solverde. O PS absteve-se na moção de censura apresentada pelo PCP. Esta é a segunda moção apresentada num espaço inferior a três semanas. Rui Tavares, do Livre, desafiou o PM a demitir-se e a marcar eleições para reforçar o seu poder, tal como Pedro Sánchez o fez. O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, disse que Luís Montenegro «é o principal foco de instabilidade no país», pois deveria ter tomado a decisão de suspender as atividades da Spinumviva. Escolheu a empresa em vez do país.
Empresa que passou a detenção para os dois filhos. Os deputados acusaram André Ventura de tentar fazer uma fuga para a frente com tudo o que está a acontecer. O Governo anunciou, pela voz do primeiro-ministro, que vai avançar com uma moção de confiança pois considera não ter «ficado claro» que os diferentes partidos com lugar no parlamento português apoiam a atuação do Governo. «O país não pode ficar prisioneiro do abismo», disse Montenegro. «Se não quer arrastar o país para eleições, responda às perguntas que geram dúvidas», lembra Pedro Nuno Santos. O Parlamento deverá avançar com uma Comissão de inquérito sobre esta questão. Montenegro não teme comissão de inquérito pois *é a democracia a funcionar».
A moção de confiança deixa a «porta aberta» a possíveis eleições apenas um ano após as legislativas e com o presidente da República a acabar o seu mandato. Luís Montenegro levanta que eleições antecipadas podem ser um «mal necessário» se o clima da desconfiança continuar com o político que está a viver num hotel de luxo, apesar de ter São Bento, pois os apartamentos que comprou no bairro da Lapa (mesmo em frente a Cavaco Silva) estão em obras. A moção de confiança deve ser votada com maioria, algo que a coligação de direita tem com um deputado a mais do que o maior partido da oposição, o PS. Que já anunciou que vai votar contra esta moção de confiança. O mesmo irá fazer o BE e o Chega.
A moção de confiança será apresentada nos próximos dias. Segundo a Constituição, a não aprovação da moção leva a queda do Governo. Marcelo Rebelo de Sousa antevê eleições «entre 11 e 18 de Maio» se Governo cair.
