Presidente cubano faz visita inédita a Lisboa antes da cimeira UE-Celac

As relações diplomáticas entre Portugal e Cuba tem-se mantido ao longo dos séculos e regimes políticos

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Miguel Díaz-Canel marcou a sua aterragem na «bela e antiga Lisboa» com uma mensagem nas redes sociais. O presidente de Cuba está numa visita oficial a Portugal até amanhã, dia 16. A visita acontece devido a um convite feito pelo presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa. Na altura em que este convite foi feito, em 2016, o presidente de Cuba era Raúl Castro.

Esta visita, que tem como objectivo ampliar as relações históricas que estas nações tem, já devia ter acontecido mas foi adiada devido ás restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Esta foi uma visita inédita de um chefe de estado cubano, que chegou num avião venezuelano, ao território português. Em 1998, o comandante Fidel Castro esteve no Porto para participar numa cimeira Ibero-americana.

As relações luso-cubanas têm sido constantes desde o estabelecimento das mesmas, há 104 anos. O então reino de Portugal foi uma das primeiras nações europeias a reconhecer a independência de Cuba. A chegada de Díaz-Canel a Portugal aconteceu poucos dias depois de o parlamento europeu pedir sanções contra ele. Em Portugal, o Governo de Costa pretende contratar mais médicos cubanos para ajudar a combater a actual falta destes profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A visita de Díaz-Canel também está a ser bastante falada nas redes sociais, com comentários a favor e contra a mesma.

Na visita de Díaz-Canel a Portugal, o chefe de estado cubano participou numa cerimónia de boas-vindas (igual a que foi feita a Lula da Silva) na Assembleia da República. Nesta recepção não participou o Iniciativa Liberal. No encontro com o presidente cubano, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu o reforço das relações entre os dois estados e reiterou a oposição lusa ao bloqueio que os Estados Unidos impõem há vários anos a nação caribenha.

Cuba promete trabalhar de forma construtiva na próxima cimeira

A Marcelo Rebelo de Sousa, Díaz-Canel prometeu participar de forma «muito construtiva» na cimeira UE com a América Latina e o Caribe (Celac) que se aproxima. Esta será a primeira cimeira em 8 anos. O cubano também agradeceu ao líder português a sua postura contra o bloqueio que, segundo ele, constitui o principal obstáculo ao desenvolvimento do país. Este bloqueio existe já há 60 anos. Rebelo de Sousa manifestou a intenção de reforçar laços e cooperar em áreas como a energia, a economia digital ou a saúde. Para Miguel Díaz-Canel, Lisboa tem um papel importante no estreitar de laços entre a União Europeia e a Celac. No fim desta reunião, o presidente cubano foi condecorado com o Grande Colar da Ordem do Infante D. Henrique. Esta é uma das maiores condecorações nacionais.

Miguel Díaz-Canel também se encontrou com o presidente da autarquia de Lisboa, Carlos Moedas. O social-democrata entregou-lhe as chaves da cidade como  símbolo de amizade. Na capital lisboeta, em plena Praça da Alegria, foi desterrado um busto do apóstolo José Martí. Também foi a figura de destaque num jantar dado pelo primeiro-ministro António Costa no Palácio da Cidadela, em Cascais.

Ao lado de um histórico do PCP, Domingos Abrantes, visitou o Museu do Aljube e conheceu a luta dos portugueses pela liberdade. O presidente cubano falou com os empresários portugueses sobre as oportunidades que os mesmos podem ter no seu país. Em Lisboa conheceu alguns cubanos que escolheram o país de Camões (depositou uma coroa de flores no seu tumulo) para viver. A visita deu o mote para uma manifestação (com um momento musical) a favor do povo cubano que aconteceu na Voz do Operário. Miguel Díaz-Canel foi recebido neste evento em festa.

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