O projecto-piloto de hidrogénio verde que vai ser criado em Sines espera ter «luz verde» da Comissão Europeia (que o vai financiar) até ao fim do mês de Agosto para poder começar a operar já em 2022. O investimento previsto para este novo projecto industrial será superior a 1,5 mil milhões de euros. O consórcio H2 Sines é composto por empresas francesas, dinamarquesas e portuguesas (a EDP e a Galp abandonaram este projecto).
O objectivo deste projecto-piloto é produzir hidrogénio limpo e sem recorrer combustíveis fósseis através de um electrolisador com a capacidade de produzir 10 megawatts (MW). Numa segunda fase, durante a próxima década, este projecto pretende evoluir, segundo um comunicado emitido pelo consórcio no lançamento do H2 Sines, para 1 gigawatt de capacidade de electrólise «visando a prazo a instalação de cerca de 1,5 GW de capacidade de geração de energia eléctrica renovável para alimentação dos electrolisadores».
O hidrogénio, que faz parte do Pacote Energia-Clima da União Europeia (que pretende reduzir em 40% as emissões de gases de efeito de estufa), pode criar entre 8 a 12 mil postos de trabalho qualificados em Portugal até 2030.
Sines e o seu papel estratégico para Portugal e a Península Ibérica
O projecto H2 e outros anunciados estão a elevar Sines a um papel de hub não só tecnológico mas também nas energias renováveis, usando a central existente. O porto de águas profundas, que é um dos mais importantes da Europa, fez com que a localidade alentejana (onde nasceu Vasco da Gama) evolui-se mas a transição energética, a economia circular e a digitalização estão entre os desafios que vão levar Sines em direcção ao futuro. «Estamos a encerrar um ciclo do desenvolvimento de Sines e estamos a encetar outro», salientou o autarca local Nuno Mascarenhas.