A educação é uma das grandes bases das nossas sociedades e quanto melhor for, melhores pessoas e trabalhadores teremos. Uma maior formação traz um melhor salário. Mas qual é o estado da educação na península Ibérica? Nas últimas décadas muita coisa mudou mas ainda existem debilidades nas escolas portuguesas e espanholas. Durante a pandemia, uma boa parte do ano lectivo decorreu online devido ao fecho das escolas.
Em Portugal, os alunos do 3° ciclo passaram 97 dias longe da escola, cinco dias a mais que os restantes 37 países da OCDE. Os professores portugueses estão a envelhecer (apenas 0,4% têm menos de 30 anos) e também trabalham menos 100 horas em comparação com os seus restantes colegas.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que apresentou um estudo sobre o impacto que a Covid-19 teve na aprendizagem e desenvolvimento das crianças e jovens nos últimos 18 meses, usou o caso português no combate ao abandono escolar. Este flagelo continua a atacar mais crianças de famílias desfavorecidas, que precisam de cinco gerações para sair da pobreza.
Os jovens foram os que mais sentiram o período da pandemia e para tentar esbater as diferenças entre os alunos o executivo manteve as cantinas abertas (para os que têm carências económicas e dependem em muitos casos das escolas para comer) e distribuiu equipamentos electrónicos. Este exemplo foi louvado no relatório pois o combate contra o abandono escolar deve estar baseado em políticas de proximidade. Neste novo ano educativo, que está a começar, será activado um programa para reforçar as aprendizagens perdidas nos últimos dois anos. Mais professores e funcionários são um pedido antigo de pais e escolas.
Quando falamos no ensino obrigatório, 93% dos alunos portugueses consegue concluir os seus estudos. Em média, estes custam ao erário público 6 mil euros. Se cada vez mais temos licenciados, os adultos ainda apresentam uma baixa escolarização. Portugal surge ao lado da Colômbia, Costa Rica, Turquia e México como os cinco países com mais adultos sem o ensino secundário.
A educação em Espanha durante a Covid
No relatório da OCDE, Espanha é indicada como um dos melhores países na gestão da educação durante a pandemia. O fecho das escolas, medida vista como nefasta para aprendizagem dos alunos, foi evitada durante a primeira onda (as aulas estiveram encerradas durante 45 dias). Os autores deste relatório avisam que a crise vai não só amplificar as desigualdades entre países mas também entre ricos e pobres.