Todos são convidados a participar nas comemorações dos cinquenta anos do 25 de Abril de 1974

Programação aberta das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril vai ter atividades em Portugal e no estrangeiro

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O Teatro Thalia recebeu a apresentação do programa oficial de comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974. Tal como há 50 anos, este dia vai calhar a uma quinta-feira, como é lembrado no livro de fotografia de Alfredo Cunha. Mais do que olhar para o passado, a comissão responsável por estas comemorações, que é dirigida pela professora Maria Inácia Rezola, defende que se deve trabalhar para que esta seja uma data que continue a rer importante para o futuro. Que não seja apenas mais uma data no calendário e que volte a florescer, como as sementes de cravos vermelhos que foram dadas nesta apresentação.

O 25 de Abril corre o risco de perder significado especialmente para os jovens que já nasceram em democracia. Algo que já existe há mais tempo do que a ditadura. “As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril pretendem contribuir para uma sociedade mais conhecedora da sua história recente, e também mais participativa, plural e democrática», como explica a organização destas comemorações.

Para explicar o 25 de Abril aos mais novos estão a decorrer campanhas nas redes sociais e na rádio (especialmente na Antena 3) que explicam como haviam coisas que não se podia fazer antes de 74 e que se podem fazer agora, como é o caso das mulheres poderem viajar para fora do país sozinhas. Muito mudou em Portugal e no resto do mundo nos últimos cinquenta anos.

Todas as iniciativas programadas têm como objetivo refletir o valor da liberdade. E como esta importa. Para isto a arte vai ter um papel especial através de concursos, um conjunto de selos, exposições (uma delas está prevista que percorra todo o país) ou peças de teatro. Pretende-se que os jovens saibam o que é a liberdade através do uso do lápis azul, «instrumento» associado a censura no Estado Novo. O apoio a arte, através da criação literária e não só, é visto como uma «arma» para apoiar a democracia.

Recordar, partilhar, celebrar, debater e aprender vão ser as palavras de ordem nestas comemorações. Todos estão convidados a participar já que este será um programa aberto. O ano vai decorrer sobre o mote 50xTodos. Pois não serão só os portugueses os convidados a celebrar a democracia e a liberdade conquistada em Abril. Em Maio vai acontecer um colóquio internacional na Universidade de Lisboa e serão apresentados os dados de uma sondagem que pretende testar a aceitação da democracia pelos portugueses. No dia 25 de Abril vai acontecer uma parada militar no Terreiro do Paço e nas cerimónias oficiais na Assembleia da república deverá haver a participação de chefes de estado dos países que ganharam a sua independência com a revolução portuguesa, como aconteceu com Angola (João Lourenço já confirmou a sua participação).

As cerimónias não vão se restringir apenas a Portugal mas vão acontecer um pouco por todo o mundo, basta haver um português. Esta apresentação aos jornalistas também contou com dois momentos musicais, onde a fadista Cuca Roseta cantou «E depois do adeus» e «Grândola, vila morena», as senhas da Revolução dos Cravos. Nesta apresentação também estiveram presentes: Coronel Vasco Lourenço (presidente da Associação 25 de Abril), Aida Rechena (do Museu da Resistência e da Liberdade, que fica no Forte de Peniche) ou Bernardo Branco Gonçalves (da assembleia participativa sobre os 50 anos da democracia). A conversa foi moderada pelos apresentadores do programa NÃOPODIAS, apresentado pelo histórico jornalista português Sena Santos. As comemorações dos 50 anos do 25 de Abril vão decorrer até 2025.

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