António Costa alcança maioria histórica e passa a ser o primeiro-ministro a mais tempo no cargo

Vitória socialista e ascensão da extrema-direita na Assembleia da República fazem eco na imprensa internacional

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O PS de António Costa alcançou a maioria absoluta na eleições legislativas portuguesas. Com 117 deputados eleitos, e ainda faltando a contagem tanto no círculo europeu como mundial, a bancada socialista saiu reforçada numa noite eleitoral que culminou com a ascensão do Chega e o pedido de demissão de Francisco Rodrigues dos Santos, o líder do CDS. O partido, um dos mais antigos da vida política portuguesa, não conseguiu eleger nenhum deputado dos 230 que saíram destas eleições.

Esta nova composição do parlamento traz menos mulheres, partidos e um centrão intocável. Nestas eleições os portugueses optaram pelo conforto que já conheciam e «castigaram» aqueles que foram vistos como os culpados pela crise que levou a esta ida às urnas. Rui Rio, a quem as sondagens davam um empate técnico com Costa, é um dos resultados da longa noite da democracia portuguesa e o dirigente do PSD deixou em aberto a possibilidade de abandonar o partido que ficou em segundo lugar.

Este possível abandono pode abrir a porta a volta a vida política de Pedro Passos Coelho, antigo chefe do executivo português. O mapa de Portugal ficou pintado de cor-de-rosa (exceptuando a Madeira) e devido a este resultado António Costa torna o primeiro-ministro com a maior longevidade no cargo. De 2015 para 2019, a onda laranja foi substituída por uma onda rosa.

Maioria pedida, maioria absoluta recebida

O chefe do executivo luso pediu a maioria absoluta e os portugueses ofereceram. A última maioria absoluta em Portugal aconteceu na mandato do também socialista José Sócrates. O Chega (que conseguiu os seus melhores resultados nos concelhos com menor poder de compra) e o IL, dois dos novos partidos e que alcançaram o terceiro e o quarto lugar, vão ter vice-presidentes na Assembleia da República. Estas duas forças de direita conseguiram apenas no distrito de Lisboa, aquele que oferece o maior número de deputados para o hemiciclo, mais votos do que aqueles que o CDS alcançou em todo o país.

Com a contagem finalizada, o presidente da república, Marcelo Rebelo de Sousa, vai começar a ouvir os partidos eleitos entre terça e quarta-feira. O chefe da força com mais deputados eleitos, que neste caso é o PS, vai ser convidado a formar um novo governo. Deste novo executivo apenas se sabe que será mais pequeno que o anterior e deverá já não contar com os nomes de Marta Temido e de Augusto Santos Silva, que já tinham demonstrado a sua vontade de vontar às suas anteriores profissões.

Um dos primeiros trabalhos de António Costa, mais facilitado com este resultado, será a aprovação do Orçamento de Estado para este ano. O OE deverá ficar pronto em Abril, mês importante para a recuperação económica portuguesa. Mesmo com esta maioria absoluta, António Costa defende que não irá governar sozinho e que está pronto a dialogar com as diferentes forças políticas.

Lula da Silva, candidato às presidenciais brasileiras, já felicitou António Costa por esta importante vitória. A mesma atitude teve Pedro Sanchez. Esta vitória e a ascensão da extrema-direita também fizeram eco na imprensa internacional.

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