O novo embaixador de Espanha em Portugal destaca a serenidade e a sensibilidade para as artes dos portugueses

Para além de uma vasta experiência como diplomata, Juan Fernández Trigo, o novo embaixador de Espanha em Portugal, também é um escritor publicado

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O novo embaixador de Espanha em Portugal, Juan Fernández Trigo, deu a sua primeira entrevista a um meio de comunicação português. Isto depois de apresentar as suas credenciais ao presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa. O novo embaixador espanhol vem do Governo para Lisboa para o lugar da anterior embaixadora que foi colocada na China. Juan Fernández Trigo foi secretário de Estado para a Ibero-América, as Caraíbas e o Espanhol no Mundo e embaixador em vários países, incluindo o Paraguai e Cuba.

Sobre ter estado nas embaixadas de algumas antigas colónias espanholas, como as referidas acima, Trigo lembrou nesta entrevista que «nunca está tudo superado entre uma antiga metrópole e uma antiga colónia». Sobre as criticas ao sistema de governação multilateral que são encabeçadas tanto por Lula da Silva ou António Guterres, o novo embaixador de Espanha lembrou nesta entrevista que estas sempre existiram.

Ao jornal Expresso, Trigo afirmou que «Portugal é muito mais sofisticado do que Espanha em certos aspetos». Na entrevista, que saiu antes das eleições em Portugal e num período em que Pedro Sánchez está na sua primeira visita oficial ao estrangeiro (ao Brasil e ao Chile), o diplomata afirmou que «tudo parece suspeito quando são precisos Governos de minoria ou pactos». Tanto Portugal como Espanha estavam habituados a soluções políticas saídas de maiorias conseguidas nas urnas. «A vantagem de Portugal em relação a Espanha é que aqui o Governo não tem que ser votado», disse. O que traz uma esperança reforçada que o Governo funcione. A situação política em território ibérico não é esquecida pelo novo embaixador espanhol que não «vê motivos para alarme».

Para além de ter 38 anos de carreira como diplomata, Trigo também é um autor publicado. É o responsável por títulos como: «El amante casual» ou «La ambición del botarate». Será que a cidade de Pessoa ou de Saramago (parte das suas cinzas repousam em Lisboa) vai inspirar uma nova criação literária? «Prefiro dizer que escrevo. Esta profissão permite ter experiências diferentes, vai-se a muitos lugares, conhece-se muita gente, e isso sugere ideias», disse o embaixador. A vida real serve como inspiração, mas os casos que passam pelos diferentes países por onde passou não transpiram para as páginas dos seus livros. As vertentes de diplomata e de escritor de Juan Fernández Trigo são paralelas e não é o primeiro diplomata escritor. O escritor português Eça de Queirós, que irá receber honras de Panteão Nacional, também foi diplomata.

Os encantos de Portugal são muitos. A serenidade, a sensibilidade para as artes e as figuras que ajudaram a consolidar a democracia portuguesa nos últimos 50 anos são apontadas como atrativos. O jurista de 65 anos, que conta com uma carreira de diplomata de quase quatro décadas, agora é o máximo representante da diplomacia espanhola em Portugal. Estes dois países têm laços que vão para além da história, cultura ou negócios. Este é um aspeto bastante importante no trabalho de uma Embaixada. São relações, que para além das críticas que possam existir, são de amizade ou familiares as que existem entre os dois países. O mercado espanhol é dos mais importantes para Portugal tanto a nível turístico como económico. A palavra chave em política e do trabalho realizado numa Embaixada é flexibilidade para resolver os problemas que são apresentados diariamente.

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