A Bienal de arte de Cerveira, a mais antiga no território ibérico (e uma das mais antigas do mundo), é a representante portuguesa na Bienal de Macau. A região chinesa, que foi colónia portuguesa até 1999, tem um forte intercâmbio (inclusive cultural) com a antiga metrópole. Mais de vinte anos depois da deposição da bandeira portuguesa e com a covid pelo meio, a comunidade portuguesa continua a ter uma forte presença em Macau.
A exposição Metafísica da Sorte ou Ciência do Azar apresenta em Macau 27 artistas portugueses e estrangeiros de várias gerações. Estes artistas pretendem demonstrar aos macaenses que Portugal não é apenas o país «do pastel de nata ou do fado e tem uma cultura contemporânea cosmopolita». Para preparar esta exposição, Cerveira mandou para Macau uma equipa de dez pessoas.
Para uma das curadoras, a presença da bienal de arte de Cerveira permite catapultar o nome desta fundação além-fronteiras. A primeira obra que abre esta exposição apresenta uma relação muito clara com as ruínas de São Paulo e com a capela de São Francisco Xavier, duas obras que representam a presença portuguesa na região. Na exposição estão presentes algumas das obras que marcaram a primeira bienal portuguesa, em 1978.
A bienal internacional de arte de Macau, que é um dos mais importantes eventos culturais e artísticos da cidade, vai decorrer até Outubro. Nesta bienal participam mais de 200 artistas provenientes de mais de 20 países e regiões. Para além da habitual pintura, fotografia ou escultura também existem trabalhos feitos em novos formatos, como é o caso das instalações ou a inteligência artificial.