Festival Flamenco Lisboa assinala 15 anos a “conquistar os corações dos portugueses”

O concerto de Martírio e Chano Domínguez, com a artista convidada Katia Guerreiro, realizou-se este sábado, sendo um dos mais aguardados desta edição

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Créditos para: Hugo Fontes

Estávamos em 2008 quando o Festival Flamenco de Lisboa dava os primeiros passos pela mão de Francisco Carvajal. O produtor madrileno, que era também um recém-chegado à capital portuguesa, organizou uma primeira edição logo com nomes sonantes: Pepe Habichuela, clássico da guitarra flamenca, e Miguel Poveda, que confirmava a sua ascensão ao conquistar no ano anterior uma nomeação para os Grammy Latinos e o Prémio Nacional de Música de Espanha.

Apesar de próxima, Lisboa estava, na altura, afastada deste estilo musical, bastante conhecido em cidades como Nova Iorque e Londres. Volvidos 15 anos, o flamenco é hoje acarinhado pelos portugueses e pulsante nas ligações que tem com a cultura lusa. Prova disso foi o concerto deste sábado, 30 de setembro, no Casino Estoril, que uniu o trio flamenco de Martírio e Chano Domínguez à voz da fadista Katia Guerreiro.

Coplas de Madrugá, o projeto levado a palco, fez justiça aos 25 anos que comemora, de uma simbiose única de jazz e copla à qual se aproximou, desta vez, o fado. Martírio, «uma artista muito versátil e uma grande maestra» nas palavras da produtora do festival, Carlota Costa Cabral, cantou com Katia Guerreiro os temas “Estranha forma de vida” (Amália Rodrigues) e “La bien paga” (Miguel Molina). «Não nos enganámos [na escolha], foi uma experiência inesquecível e maravilhosa», salientou a responsável.

Para além deste espetáculo, o festival Flamenco Lisboa reserva mais quatro momentos para esta edição. No mês de novembro, o guitarrista Javier Conde estará no Centro Galego de Lisboa para celebrar o Dia Internacional do Flamenco, no dia 16. Segue-se, no dia 24, uma homenagem a Manolo Sanlucar e à sua obra-prima “Tauromagia” pela companhia de baile flamenco de Mercedes Ruiz, com direção musical e guitarra solista de Santiago Lara. 

Ainda em novembro, no dia 30, é a vez de evocar “A voz de Lorca”, na sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglês, com os artistas estremenhos Joaquín Muñino (guitarra) e Manuel Pajares (voz). Uma homenagem que se repete na mesma sala no dia 14 de dezembro, a encerrar esta edição do festival, com a participação de Ostalinda Suárez e convidados.

Sobre o futuro do festival, Carlota Cabral deixa tudo em aberto. «Estamos em processo de mudança e crescimento, mais não posso adiantar», garante. Ainda assim, destaca o trabalho feito de trazer «ano após ano o melhor do flamenco, com concertos épicos e verdadeiramente irrepetíveis», assegurando uma presença crescente do público português. «Temos vindo a conquistar os corações dos portugueses e vamos continuar», mas acrescenta: «ainda há muito para aprender e conhecer.»

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