23/05/2025

Portugal, Espanha e outros países pedem a entrada de ajuda humanitária urgente na Faixa de Gaza

A cultura também pode ajudar a alertar para o sofrimento humano, como aconteceu na Eurovisão ou na exposição que Bordalo II terá em Paris

Comparte el artículo:

Bluesky Streamline Icon: https://streamlinehq.comBluesky

Portugal juntou-se a mais de 22 países, incluindo Espanha e França, para exigir a Israel uma ajuda humanitária digna a Gaza. A UE é também signatária, através da alta-representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas. A pressão externa em direção a Israel sobre a situação na Faixa de Gaza está a vir de vários lados. Autoridade Palestiniana estima 20.000 mortes não registadas em Gaza.

Paulo Rangel, que se dirigiu a Bruxelas para uma reunião com os seus colegas europeus com a pasta dos Negócios Estrangeiros, lembrou que a situação humanitária na Faixa de Gaza está a se «degradar» mas é cauteloso no uso de termos como «genocídio». Justiça é o que se pede.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que o país vai avançar com um pedido ao TPI para que este se pronuncie sobre a guerra israelita na Faixa de Gaza. Sánchez lembrou que a «Palestina está a sangrar diante dos nossos olhos». Israel alarga zona de combates e ordena evacuação de 14 bairros.
O chefe do Governo espanhol afirmou que o «número inaceitável» de vítimas na guerra em Gaza é inaceitável mas o Governo de Israel já afirmou que só irá parar com a capitulação total do grupo terrorista Hamas.

Na Eurovisão lembrou-se a Palestina, apesar dos intraves

A participação de Israel na Eurovisão levou a que a RTVE coloca-se no ar a mensagem «paz e justiça para a Palestina» e vários países, não só Espanha mas também a Bélgica, já pediram a EBU uma investigação ao sistema de televoto que deu a pontuação máxima a canção israelita em 12 países (incluindo Portugal). A RTP vai continuar “atenta aos desenvolvimentos» de uma possível investigação eurovisiva. Enquanto isto acontece, os civis continuam com fome e os hospitais estão a ser bombardeados neste enclave. Na cidade de Paris, o artista plástico português Bordalo II vai inaugurar (já neste sábado) uma exposição que promete meter o «dedo na ferida» sobre o que está a acontecer em Gaza. «Bordalo II põe o dedo naferida» sobre Gaza em exposição que vai ser inaugurada no sábado em Paris. Esta exposição gráfica pretende sensibilizar as novas gerações não só para a guerra mas também para os problemas ecológicos que esta traz. A exposição de Bordalo II é de entrada livre.

O Exército israelita atacou uma comitiva com vinte diplomatas europeus, incluindo um português, que queria ir até a cidade de Jenin, na Cisjordânia. Para além destes vinte e dois países, a ONU também se junta a este pedido para que a ajuda urgente seja organizada pela Organização das Nações Unidas e outras organizações não governamentais, ao contrário do que Israel pretende fazer. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, tem apelado a um cessar-fogo permanente em Gaza sem esquecer também os israelitas que têm morrido. O caso mais recente foi de um casal morto em Washington, algo que Guterres também lamentou. Para além das situações de conflito, o secretário-geral da ONU advertiu que a humanidade está a destruir a sua biodiversidade.

Para Guterres, a solução de dois estados para a Palestina, algo que Portugal tem vindo a defender, está em risco. Está alarmado com tudo o que está a acontecer. A embaixadora da Palestina na União europeia defende que Portugal, tal como outros estados-membros já o fizeram, deve conhecer formalmente a Palestina como nação depois de o Parlamento já o ter feito há uns anos. O secretário-geral do PCP, que se reuniu com Marcelo Rebelo de Sousa depois das legislativas, pediu que Portugal deixe de ser «hipócrita» com o que está a acontecer em Gaza. Durante a campanha eleitoral em Portugal, pouco se falou sobre política externa.

O presidente da República de Portugal é uma das vozes, ao lado do primeiro-ministro Luís Montenegro ou do Papa Leão XIV, que apelou a entrada de ajuda humanitária em Gaza. «A situação humanitária que se vive em Gaza é absolutamente intolerável. É imperativo permitir a entrada imediata, segura e sem qualquer entrave de toda a ajuda humanitária, para salvar a vida de milhões de seres humanos», lembrou Montenegro na rede social X. Pediu o fim dos bloqueios a entrada de ajuda, já que a Faixa de Gaza está a passar por um cerco humanitário. António Costa, presidente do Conselho Europeu, também já denunciou a «tragédia humanitária» em curso. As posições de António Costa têm sido coordenadas com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.