O secretário-geral da ONU, António Guterres, participou nesta quinta-feira do encontro dos líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo, G20, promovido para abordar a pandemia do covid-19.
o na reunião organizada pela Arábia Saudita, o chefe da ONU disse que o mundo “está em guerra com o vírus e não está ganhando.”
O chefe da ONU lembrou o “crescimento exponencial” do número de casos. Demorou três meses a chegar a 100 mil casos, 12 dias para chegar a 200 mil e apenas quatro para chegar a 300 mil.
Por fim, o mundo chegou a 400 mil infecções em apenas um dia e meio. Para ele, isto “é apenas a ponta do iceberg.”
Antes da reunião, António Guterres, enviou uma carta aos líderes do G20 defendendo que eles precisam ajudar as nações mais vulneráveis a enfrentar a situação.
O encontro extraordinário acontece três dias após o início de uma sessão de ministros da Economia e governadores dos bancos centrais para definir um plano de ação conjunto que coordene a resposta à doença.
O G20 também quer traçar medidas para enfrentar as consequências da pandemia, que segundo a atualização de quarta-feira da Organização Mundial da Saúde, OMS, registrou 416.686 casos confirmados e 18.589 mortes em 196 países.
Na quarta-feira, as Nações Unidas lançaram um apelo de US$ 2 bilhões para esse fim. No evento, Guterres lembrou que o valor mobilizado pelo Senado dos Estados Unidos para estimular a economia é mil vezes maior que esse total.
Guterres defende que primeiro é preciso ajustar os programas do G20 para garantir o combate ao vírus em seus países. Depois, oferecer meios e instrumentos necessários para que isso também aconteça em nações em desenvolvimento, que representam 80% da economia mundial.
Para o chefe da ONU, o segundo aspecto é que os governos do G20 precisam garantir que não ocorra uma crise financeira como consequência da pandemia.
O terceiro ponto é assegurar um apoio às nações em desenvolvimento que permita manter as economias e ajudar as pessoas através de uma resposta dos sistemas de saúde.
O secretário-geral defende que o pior que poderia acontecer seria “eliminar a doença nos países desenvolvidos, mas deixá-la se espalhar nos países em desenvolvimento”.
Além de milhões de mortos, existe “o risco de mutação do vírus que permitiria que o vírus retornasse de uma maneira que mesmo as vacinas que serão desenvolvidas em breve não seriam capazes de pará-lo”.
Antes da reunião do G20, o Fundo Monetário Internacional, FMI, declarou que o mundo poderá enfrentar uma desaceleração comparável à crise de 2008, seguida de uma recuperação em 2021.
A instituição juntou-se ao Banco Mundial num apelo conjunto em favor do cancelamento imediato da dívida bilateral oficial dos países menos desenvolvidos.
Na declaração emitida em Washington, as duas instituições financeiras internacionais afirmam que essa medida ajudará os países com necessidades imediatas de liquidez a lidar com os desafios da pandemia.
Outro benefício seria permitir que haja tempo para uma análise do impacto da crise e das necessidades de financiamento para a crise em cada país.