Os quatro partidos da direita portuguesa (PSD, CDS, IL e o Chega) uniram-se sobre o mesmo tecto na Convenção do MEL, que aconteceu no Centro de Congressos de Lisboa. Durante o encontro do Movimento Europa e Liberdade, antigos e actuais políticos participaram neste espaço onde se debateu não só sobre o futuro da direita em Portugal como no continente. Como será a reconstrução do país?
As diferentes ideologias políticas deram lugar a personalização. Sobre o III encontro do MEL, o presidente da república, Marcelo Rebelo de Sousa, defende o mesmo pois este «É uma expressão de vitalidade política e democrática importante». A política pós-covid foi o principal foco de todas as conversas. Cecília Meireles, do CDS, lançou a pergunta «o que quer a direita para o país?». Uma direita forte para fazer frente a esquerda foi a ideia defendida por Francisco Rodrigues dos Santos, também conhecido como Chicão.
Críticas ao PS (mas também ao PSD) e um aviso de Paulo Portas (actual comentador político e antigo ministro de Pedro Passos Coelho, também presente no evento) sobre os populismos e a gritaria associada marcaram este evento que teve intervenções dos líderes dos quatro partidos políticos presentes. Para Portas, as redes sociais têm sido pouco benéficas para um bom desenvolvimento das democracias.
Procurando um consenso a direita
Se Rio procura ser a alternativa lógica para ser governo; Chicão tentou provar ser útil ao abrir a porta a um entendimento de futuro mais profundo com o Chega; Cotrim Figueiredo apresentou-se como um político que vai muito além do ruído e Ventura tentou fazer o máximo possível para ser ouvido. Sobre a possibilidade de um governo com o Chega (actualmente o partido já apoia a forma de governação nos Açores), os líderes do PSD e do IL demonstraram-se contra, o que levou resposta pronta de Nuno Afonso, vice-presidente do Chega, que diz que estes partidos mais tarde ou mais cedo terão que «engolir este espaço» e que são de direita e não de extrema-direita.
O consenso entre as direitas foi procurado mas não conseguido durante a Convenção do MEL. A divisão do espectro político da direita, que nos últimos anos ganhou dois novos partidos, aconteceu graças a falta de adesão que estão a ter junto do eleitorado desde que Passos Coelho abandonou a vida política após a moção de censura que sofreu na Assembleia da República e que levou António Costa (e a Geringonça) ao lugar de primeiro-ministro.
Tal como aconteceu na Praça Cólon, onde PP-Ciudadanos-Vox compartilharam palco, o encontro da direita portuguesa também esteve envolto em polémica com alguns dos participantes a relembrarem o papel de Salazar.