Faltam menos de uma semana para as novas eleições parlamentares espanholas, que apresentam-se com muitas incertezas por uma série de fatores difíceis de calibrar, como as atitudes para bloquear a investidura de um governo de coligação de cor única ou de coligação. Também a exumação de Franco, o julgamento do processo independentista, a distribuição do abstencionismo entre a esquerda e a direita, e o surgimento de uma terceira esquerda (Más País) entre o PSOE e Podemos, são elementos que podem variar maiorias. No entanto, nenhum analista prevê uma clara maioria no dia da eleição.
No dia 4 de Novembro aconteceu um debate dos cinco candidatos (PSOE, PP, Podemos, Vox e Ciudadanos) na televisão pública. O debate foi dividido em cinco blocos de 25 minutos cada: coesão da Espanha, política económica, política social e igualdade, qualidade democrática e política internacional.
Ao contrário de Portugal, em Espanha é necessária uma maioria parlamentar, na sessão de investidura, para que o candidato indigitado pelo chefe de Estado (o mais votado ou aquele que tenha obtido o maior apoio público de outros partidos) seja finalmente presidente do Governo.
O TRAPÉZIO tem procurado menções a Portugal nos programas dos principais candidatos nacionais e só encontramos no PSOE e no Podemos. O programa do PSOE cita o “modelo de sucesso” do governo português com apoio parlamentar externo. O programa do Podemos está empenhado em “melhorar as ligações ferroviárias internacionais com a França e Portugal”. Por outro lado, Más País e Ciudadanos fizeram referências ao “peninsular” ou ao “ibérico”, sem perceber que envolvem Portugal.