Ministra portuguesa revela atrito na Cimeira Ibérica por causa das ligações prioritárias do trem de alta velocidade

Portugal quer alta velocidade atlântica e recusa “solução imposta” por Espanha, segundo Ana Abrunhosa

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A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, apontou hoje a ligação atlântica Lisboa-Porto-Vigo como a prioridade portuguesa para a rede ibérica de alta velocidade e avisou Espanha que o Governo português não aceita uma “solução imposta”.

“A nossa prioridade não é a ligação entre Madrid e Lisboa. Porque de Madrid para Lisboa vamos de avião. Já temos ligação. A nossa prioridade, certamente, é o eixo atlântico, Lisboa, Porto e Vigo”, afirmou a governante, em Vila Nova de Cerveira, no distrito de Viana do Castelo.

Ana Abrunhosa, que falava durante as II Jornadas Amizade, promovidas pela eurocidade Cerveira (Portugal)-Tomiño (Galiza), disse que a prioridade portuguesa ficou “clara” quando o Governo apresentou, na quinta-feira, o Programa Nacional de Investimentos (PNI) 2030.

De acordo com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, as metas do programa centra-se, entre outras, na criação de uma nova linha Porto-Vigo (Espanha) com duração de uma hora, bem como a eletrificação da rede até 2030.

“A ligação de alta velocidade será a Norte, por Vilar Formoso, muito provavelmente. O que o Governo português não quer é que a solução seja imposta. Foi isso que transmitimos na cimeira ibérica e, isso é muito importante”, afirmou Ana Abrunhosa.

A ministra da Coesão Territorial, que encerrava o painel intitulado “Europa Sem Fronteiras: o papel da cooperação transfronteiriça na consolidação do projeto europeu”, referiu que o Governo espanhol “quase impôs” como prioridade para a alta velocidade a ligação entre as duas capitais.

“No que toca à alta velocidade, o Governo do Reino de Espanha colocou-nos numa situação que não é fácil quando quase nos impôs a ligação entre Madrid e Lisboa, quando nós não temos como prioridade Madrid-Lisboa”, frisou.

Sobre o programa de cooperação Interreg V-A Espanha-Portugal (POCTEP), a ministra portuguesa defendeu “mais autonomia” para os Agrupamentos Europeus de Cooperação Territorial (AECT) para que as decisões sobre os projetos de cooperação sejam “descentralizadas”.

Na Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço tem uma menção à ligação extremenha: “agilizar a implantação da linha de altas prestações Lisboa-Sines-Poceirão-Évora-Badajoz-Cáceres-Madrid. Troço Évora/Caia (empreitadas de construção civil em curso)”. Para a Comissão Europeia unir as capitais dos Estados é uma prioridade.

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