A próxima Cimeira ibérica, que vai acontecer neste Outono no Algarve, ainda não aconteceu mas já se conhece um dos anexos que vai sair das conclusões desta reunião. Esta vai recair na gestão das áreas de proteção marítima.
Na Cimeira dos Oceanos da ONU, que aconteceu em Lisboa (e foi acompanhada pelo El Trapézio), vários países afirmaram que tinham como objetivo proteger até 30% das suas áreas marítimas. Incluindo Portugal, que tem uma das maiores ZEES do mundo.
Os dois países ibéricos vão cooperar na gestão de áreas marinhas protegidas. Este anúncio foi feito pela ministra do ambiente de Portugal, Maria da Graça Carvalho (que esta semana assinou um novo acordo com Espanha, desta vez para a gestão dos rios transfronteiriços a sul da península), no evento de encerramento da expedição científica (que contou com cientistas de várias nacionalidades, incluindo a espanhola) ao banco de Gorringe. Área marítima protegida onde existem mais de 800 espécies identificadas. Foi nesta montanha submarina, a maior do sudoeste europeu, que aconteceu o epicentro do grande terramoto de 1755. A expedição a este banco durou três semanas e as conclusões vão ajudar o governo a implementar novas regras para proteger este e outros espaços marítimos.
Os dois países vão estabelecer um mecanismo para coordenarem esta gestão das várias áreas marítimas que rodeiam a península ibérica. As Selvagens, na Madeira, ou a zona que envolve a parte marítima da Serra da Arrábida (perto de Lisboa) são dois exemplos de parques marítimos que existem em Portugal. O entendimento entre ambos os governos foi alcançado numa reunião que Maria da Graça Carvalho e a sua homóloga espanhola, Teresa Ribera (que será a próxima Comissária europeia) tiveram na sexta-feira em Aranjuez. A reunião aconteceu antes da celebração dos 25 anos da Convenção de Albufeira. Esta cooperação vai focar em questões como «recursos técnicos e infraestruturas». Portugal e Espanha vão trabalhar juntos em vários aspetos para se tornarem baluartes europeus na gestão dos oceanos.