A Câmara do Comércio Luso-Espanhola organizou mais um encontro que juntou empresários com figuras de destaque do panorama ibérico. Neste almoço, que serviu para criar novos contactos e pontes, participou o autarca da Câmara do Porto, Rui Moreira. O político, que também é empresário, já está no seu segundo mandato (como independente) na segunda maior cidade do país. Rui Moreira foi o homem que avançou com o conceito Iberolux, uma espécie de união a nivel económico que há com a Bélgica e o Luxemburgo. «As nossas economias iriam crescer mais rapidamente se conseguissemos salvaguardar os nossos interesses», defendeu. Durante a pandemia, muitas cadeias de valores foram destruidas.
Para Moreira, que aposta numa forma de fazer politica séria e profissional, as cidades devem captar novos investimentos não apostando em medidas de baixas de imposto mas sendo amigas das empresas. Para além do conhecido edil também esteve presente a embaixadora espanhola Marta Betanzos. Para a embaixadora, Rui Moreira é um dos políticos que mais compreende as relações ibéricas e «há poucos en Portugal como ele».
Perante uma plateia atenta, o autarca do Porto começou por lembrar as suspeitas que ambos os países sempre tiveram pelo vizinho do lado mas com trabalho e mais conhecimento tem se vindo a dissipar com as décadas. Cada vez trabalhamos cada vez mais lado a lado, como o apoio do Governo de Portugal a Nadia Calviño para um lugar no BEI demonstra, do que de costas voltadas mas muito ainda se pode fazer para melhorar as relações ibéricas. «Conhecemo-nos melhor uns aos outros», comentou. «Em Portugal as decisões estratégicas são tomadas de costas voltadas para nós próprios», referiu Moreira.
«Espanha é maior do que Portugal em todos os aspectos», vincou Rui Moreira. Mesmo assim, Portugal e Espanha apresentam uma importância vital para o vizinho do lado, como a relação especial entre o norte de Portugal e a região da Galiza o demonstra. «Nós complementámo-nos, o que faz de nós encantadores», disse o político que avançou com exemplo o turismo que se faz ao longo da fronteira. Lamentou o facto de o TGV ainda não ter saído do papel em Portugal e como quando o mesmo ser algo concreto poderá tornar o Sá Carneiro a alternativa mais viável para os galegos.