Quartel do Carmo abre ao público em visitas que contam os momentos-chave da revolução que trouxe a democracia a Portugal

Livros e visitas guiadas são alguns dos momentos culturais que marcam as celebrações do cinquentenário da Revolução dos Cravos, data que é comemorada não só em Portugal

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No mês em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril vão ser realizadas várias visitas (de 11 de Abril a 10 de Maio), que também vão acontecer em inglês, ao Museu da Guarda Nacional Republicana (GNR) e ao Quartel do Carmo. Foi neste Quartel do Carmo onde se refugiou Marcello Caetano e onde o ditador português entregou o poder a Salgueiro Maia (que foi recentemente distinguido) e aos seus homens. Um dos momentos mais curiosos que é contado nesta visita é a questão «quem paga os vidros?» que Salgueiro Maia fez a Otelo Saraiva de Carvalho e onde o primeiro se recusou a abrir fogo sobre este quartel. Todo o golpe foi feito sem um «banho de sangue».

Uma das fotos mais icónicas desta data, onde a população e os militares aparecem juntos, foi tirada no largo deste quartel. Foi daqui que Marcello Caetano saiu a bordo de uma chaimite (um dos símbolos desta revolução) em direção ao exílio brasileiro.

Sobre as comemorações dos cinquenta anos do 25 de Abril, a comissária Maria Inácia Rezola Clemente lembrou que «todos são bem-vindos a tomar como suas». Foi em 1974 que a liberdade chegou a Portugal depois da queda de uma ditadura que vigorou durante quase meio século. O golpe protagonizado pelos Capitães de Abril, que sempre pretenderam a descolonização e a democratização do país, teve um impacto que transcendeu as fronteiras nacionais. Esta é uma data importante não só para Portugal. A Revolução dos Cravos iniciou uma Terceira Vaga de transições para a democracia: Grécia, Espanha e vários países da América Latina, incluindo o Chile (de Pinochet).

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