Um inquérito feito pela Eurofound indica que Portugal foi o sexto país da União Europeia onde os jovens mais sofreram com o desemprego devido a pandemia. Na última década a taxa de desemprego jovem a nível europeu tocou os 20%. Em Portugal, mais de 60% dos trabalhadores nascidos na década de 90 têm contratos a prazo. Muitos dos trabalhadores mais jovens encontram-se em situações precárias. Um estudo, que utilizou dados do Ministério do Trabalho lusitano, indica que estamos a nos tornar «num país de salários mínimos».
Os dados referentes a população lusa indicam que 6% dos que terminaram os estudos não encontraram trabalho e 8% perderam o emprego que anteriormente tinham. Este estudo foi feito a jovens entre os 15 e os 29 anos. Também foi avaliado o acesso a escolaridade e a saúde mental, que se deteriorou nos últimos 2 anos. A volta para a casa dos pais, para fazer frente às dificuldades financeiras, foi uma outra marca que a Covid-19 deixou nos jovens europeus.
Portugueses e Espanhóis entre os jovens europeus que mais sentiram os efeitos da pandemia
De acordo com os dados apresentados, a Grécia, Espanha (11% dos jovens perderam o emprego devido a pandemia), Irlanda, Itália e Bulgária são os países onde uma maior percentagem de inquiridos deu conta de ter perdido o trabalho ou não ter encontrado emprego após a conclusão dos estudos.
O relatório recomenda aos governos que tomem medidas de longo prazo para aumentar o acesso e a segurança no emprego às camadas mais jovens. Os responsáveis por este relatório alertam que «há uma geração de jovens na Europa que ainda está a sofrer os efeitos da crise anterior e que agora está a ser afetada por uma segunda crise, muito diferente. Há o risco de que a desigualdade de oportunidades se acumule, resultando em sentimentos de injustiça e desconfiança».