Depois de uma perda de confiança que levou a queda do Governo de José Manuel Bolieiro, os açorianos falaram naquela que é a primeira das três eleições às quais os portugueses vão ter que ir este ano. Segundo as sondagens «a boca de urna», a coligação da AD (PSD, CDS e PPM) ganham estas eleições podendo mesmo alcançar a maioria absoluta nesta região insular, tendo sido a escolha de 40 a 45% dos açorianos que desta forma reconduzem o anterior Governo. Luís Montenegro, líder da AD, foi o único político do continente a assistir a contagem dos votos diretamente dos Açores. Estas eleições decorreram dentro do melhor espírito cívico. Isto segundo o CNE, órgão que regula todas as eleições em Portugal.
O PS fica em 2° lugar com o Chega a poder alcançar os oito deputados e um 3° lugar. Estas eleições demonstram a ascensão do partido de Ventura numa possível preparação para as legislativas. O partido de Ventura vê esta como «uma grande vitória» enquanto o BE afirma que «o jogo ainda não acabou». As eleições nos Açores foram vistas por todos os partidos como uma preparação para a «prova de fogo», as legislativas de Março.
Dos habituais partidos, todos devem eleger no mínimo um deputado, incluindo a CDU. A abstenção, um dos grandes problemas das eleições em Portugal, ficou nos 31,4%. Muitos acreditam que esta abstenção pode ser explicada com as «bolsas de pobreza» existentes nos Açores. Onde 8% das pessoas recebem RSI, este valor é bem mais alto que a média nacional, que está nos 2%, e uma das propostas do partido de Ventura era mesmo diminuir a dependência dos apoios estatais. Rabo de Peixe é uma das zonas mais pobres da Europa.