A mina de lítio que vai nascer em Montalegre vai, segundo a associação ambientalista Zero, tornar o lobo-ibérico «descartável». Os responsáveis por esta mina defendem-se com um conjunto de medidas que pretendem tornar activas mas a Zero defende que as mesmas não passam de promessas. Algumas das medidas serão as seguintes: reflorestação de áreas ardidas e de matos com espécies autóctones, recuperação de habitats que favorecem a fixação do lobo na serra e a criação de condições para o desenvolvimento das espécies cinegéticas de forma a equilibrar a cadeia alimentar dos lobos.
Mesmo sendo uma espécie legalmente protegida, em Espanha é contra a lei caçar lobos, esta continua «fortemente ameaçada». A associação ambientalista lembra que os lobos estão em risco pois a actividade humana destrói e fragmenta os seus habitats naturais. As localizações da refinaria, lavaria e edifícios administrativos vão colocar em causa a população local do lobo-ibérico já que costumam ser bastante vistos por esses lugares. Caso a mina de Montalegre entre mesmo em actividade sem medidas para se proteger o lobo-ibérico, esta será uma das espécies que será obrigada a adaptar-se.
A mina de Montalegre vai ter uma exploração mista, a céu aberto e subterrânea. A presidente da Câmara de Montalegre, Fátima Fernandes, olha para este projecto de exploração de lítio como «danoso». O ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, olha para o lítio como uma oportunidade de desenvolvimento única não só para Portugal mas para todo o território ibérico. Das oito áreas com potencial de existência de lítio em Portugal, seis têm condições para exploração.