ARCOmadrid celebra 42.ª edição com arte mediterrânica e latino-americana

Até ao próximo domingo, 26 de fevereiro, estão presentes na feira mais de 200 galerias, entre elas 18 portuguesas

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Para celebrar o 42.º aniversário, a feira internacional de arte contemporânea ARCOmadrid traz aos pavilhões 7 e 9 da IFEMA, na capital espanhola, uma seleção de 211 galerias nacionais e internacionais. O Mediterrâneo é o tema central de uma edição que, desde esta quarta-feira até ao próximo domingo, pretende mostrar as vanguardas históricas, os clássicos contemporâneos e a arte atual.

De um modo geral, estão representados nesta edição 36 países, dos quais 10 são latino-americanos – Argentina, Brasil, México, Perú, entre outros – e terão destaque numa secção especial dedicada à arte desta zona do globo. Portugal também marca presença, entre o programa geral e os programas comissariados, com um total de 18 galerias. Um número que, de facto, tem vindo a aumentar de ano para ano.

El Mediterráneo: Un Mar Redondo é o mote escolhido para a secção central da feira. A mostra de 19 galerias, representando artistas do espaço mediterrânico, tem a ambição de “mobilizar as relações” entre os países desta região a fim de “alcançar um ponto de encontro”, de acordo com o comunicado da organização. Uma exposição comissariada por Marina Fokidis, com a ajuda dos assessores Bouchra Khalili, Hila Peleg e Pedro G. Romero.

A secção Opening, a cargo das comissárias Julia Morandeira Arrizabalaga e Yina Jiménez Suriel, deriva o foco para os jovens artistas e reúne propostas de 17 galerias de cidades como Barcelona, Valência, Lisboa, Bogotá e Lima. A portuguesa Foco entra na mostra com a artista Maria Appleton, enquanto, por exemplo, a brasileira Hoa Galeria, de São Paulo, participa com os artistas Laís Amaral e Ayrson Heráclito.

No espaço Nunca lo mismo. Arte Latinoamericano, o objetivo é reforçar a colaboração entre os artistas e galerias vindas da América Latina. A secção, comissariada por Manuela Moscoso e Mariano Mayer, conta com obras de 13 artistas da região, representados por galerias também locais à exceção de duas. A alemã Max Meyer, com o argentino Nicolás Guagnini, e a portuguesa Madragoa, que leva à exposição o equatoriano Adrián Balseca.

 

Uma feira internacional para aproximar agentes e artistas

A completar a programação geral estão os Proyectos de Artista, em que 22 galerias apresentam 20 projetos artísticos especialmente desenhados para os espaços da feira. A portuguesa Adriana Proganó, pela galeria 3+1 Arte Contemporânea, é uma das criadoras que faz parte desta exibição através de duas instalações, Paintings stealing paintings e Hide and seek.

Em declarações ao EL TRAPEZIO, a artista salientou a “vantagem” de poder apresentar o seu trabalho numa “feira internacional” como a ARCOmadrid. E não esconde a sua ambição. “Tenho em vista o desenvolvimento na Ibero-América, mas também na América nos próximos anos. Criar novos discursos e, possivelmente, outras oportunidades que possam nascer deste encontro”.

Além desta programação artística mais abrangente, a ARCOmadrid conta também com uma série de iniciativas paralelas com vista ao encontro da comunidade artística internacional e do público em geral. As sessões de discussão entre especialistas e os encontros profissionais, que incluem participantes ibero-americanos, são algumas dessas propostas alternativas na presente edição. Bem como as exposições em vários locais de Madrid, entre as quais está A Desordem Necessária, dedicada à escritora e política Natália Correia e promovida pela Embaixada de Portugal em Espanha.

Outro destes eventos paralelos é a ArtsLibris que, na sua oitava edição, se estabelece como um “lugar de referência” para o mundo da edição em torno da arte: publicações de artista, autoedição e fotolivros. São 67 expositores espanhóis e estrangeiros, entre os quais se contam duas editoras sediadas em Lisboa: a Sud Sud e a Urucum.

Para Lucia Bertazzo, responsável pela Urucum, a participação nesta atividade é já uma aposta ganha. “É a terceira vez que participamos e o resultado tem sido positivo. Tivemos obras compradas pelo [museu] Reina Sofia e conhecemos uma série de colecionadores”. Este ano, quer continuar ao lado de quem aprecia as artes gráficas, e elogia quem as sabe trabalhar. “Espanha tem editoras de livros de artista fantásticas. Sem dúvida, das melhores do mundo”.

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