Ataque com faca faz dois óbitos na sede mundial dos Islamitas

Vitimas eram uma professora e uma aluna no centro que opera em Lisboa

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Um homem afegão, a viver no país desde 2021, entrou no Centro Ismaelita, que abriu em 1998 bem no centro da cidade de Lisboa, com uma faca de grandes dimensões e realizou um ataque. Este levou a morte de duas mulheres (uma era professora e outra colega de aula) e provocou mais 2 feridos. Todos faziam parte desta comunidade que oferece apoio aos refugiados em território português, para além de funcionar como um local de culto.

É uma comunidade bem inserida na vida local. Quando falamos de afegãos em Portugal, são pouco mais de 500. Os mais recentes vieram na operação conjunta que Portugal e Espanha fizeram, sobre a égide da NATO, para retirar do país pessoas que tinham colaborado de perto com os Exércitos de ambas as nações. O atacante foi imobilizado pelas forças de segurança com um tiro nos membros inferiores e foi levado para o hospital, mas não corre risco de vida.

Ainda não se sabe o porque deste ataque mas levanta-se a possibilidade de ter sido um crime ligado a honra. Segundo o ministro da Administração Interna, que também esteve presente no local que esteve fortemente guardado pelas autoridades, este ataque foi um “ato isolado”, o que afasta a possibilidade de ataque terrorista em território luso (algo que é inédito). Portugal é considerado um dos países mais livres e seguros do mundo.

Aumenta o risco de extremismo em Portugal?

O risco de extremismo em Portugal, comparando com outros países europeus, continua a ser baixo mas as autoridades devem estar atentas a “lobos solitários”. Este homem afegão está em Portugal com o estatuto de proteção internacional e três filhos. Antes de chegar a Portugal, o cidadão perdeu a mulher e um dos filhos na Grécia. O atacante, que neste centro aprendia português, tinha problemas psicológicos.

O líder da comunidade afegã em Portugal disse mesmo que este homem, que vive em Odivelas, precisava de apoio psicológico. O suspeito em nenhum momento esteve no radar das autoridades por algum tipo de ligações com correntes extremistas. Com o pai no hospital e na alçada da lei, os menores ficarão a guarda do próprio Centro Ismaelita de Lisboa. O Presidente da República lamentou o ataque no Centro Ismaili e prestou os seus mais sinceros pêsames tanto às famílias das vítimas, comunidade em Portugal (são entre 8 e 10 mil em todo o país) e ao príncipe Aga Khan.

Carlos Moedas classificou o que aconteceu neste centro como um “crime hediondo”. Este ramo minoritário do xiismo que tem a sua sede mundial em Lisboa. Tanto a igreja católica como a comunidade israelita no país também demonstraram a sua “profunda consternação”. As declarações, tanto a esquerda como a direita, não cessam e o líder da oposição pede que haja um apuramento rápido e cabal desta situação que está a “correr o mundo”.

A Embaixada de Espanha em Portugal também apresentou, através de uma mensagem no Twitter, as suas condolências à comunidade ismaelita e às famílias das vítimas deste ataque. A infanta Cristina de Espanha colabora de perto com o conhecido príncipe islamita.

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