Augusto Santos Silva defendeu uma maior aproximação a América Latina

No Fórum de La Toja o ministro dos Negócios Estrangeiros português demonstrou-se pouco partidário de uma força militar única europeia

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No Fórum de La Toja, que acontece na Galiza até sexta-feira, Augusto Santos Silva, que discursou no painel «O Novo Equilíbrio Geoestratégico», defendeu uma Europa aberta ao mundo e com uma maior aproximação a América Latina. O ministro dos Negócios Estrangeiros português, que considerou de «vital importância» o papel de actor global do bloco europeu que ajude a um equilíbrio geopolítico, alertou que o multilateralismo (que também foi tema no discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na ONU) deve ser valorizado e que se deve evitar confrontações e divisões.

Para o chefe da diplomacia portuguesa, a Europa está preocupada com a China e com a divisão entre os países ocidentais mas não deveria ignorar os seus parceiros da América Latina. «Eu vejo, designadamente no Conselho de Negócios Estrangeiros da União Europeia que a relação entre a Europa e a América Latina não constitui um traço que una os ministros dos Negócios Estrangeiros», disse o ministro português que defende que a relação com o bloco sul-americano não deveria ser feita apenas a nível singular (como faz Portugal e Espanha) mas como União. Para o português existem mais coisas que unem os dois blocos, como são as decisões tomadas nas Nações Unidas (este continente foi um dos que apoiou a reeleição de António Guterres), que os separa. Para Santos Silva é necessário rever os marcos de cooperação entre os dois eixos.

Para o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, «não existe uma região mais eurocompativel que a América Latina», já que os dois blocos compartilham raízes linguísticas e históricas.

Também presente no Fórum de La Toja, o ex-secretário-geral Iberoamericano, Enrique Iglesias, defendeu que se deveria «utilizar a relação entre Espanha e Portugal com a América Latina como plataforma para transmitir objectivos comuns à UE».

Augusto Santos Silva demonstrou-se pouco partidário de uma força militar única europeia

No painel onde participaram os dois responsáveis pela diplomacia europeia, Santos Silva e Albares, o português demonstrou-se pouco partidário de uma força militar única europeia, ideia vinculada pela primeira vez por Josep Borrell. Para Augusto Santos Silva, a força europeia é comercial e industrial e não militar. «Acredito que a única estratégia de defesa comum é a NATO, onde poderíamos aumentar a responsabilidade da Europa», disse o governante que prefere uma melhor comunicação entre os diversos exércitos europeus.

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