A Assembleia da República, que tomou posse dois meses após as eleições, tem um novo presidente. Depois de Eduardo Ferro Rodrigues (que exerceu esta função durante duas legislaturas), Augusto Santos Silva assumiu o lugar. Para alcançar a cadeira máxima do hemiciclo necessitava 116 votos favoráveis. O antigo ministro dos negócios estrangeiros e histórico socialista recebeu 156 votos a favor, num total de 230 deputados.
Augusto Santos Silva esteve 15 anos ligado aos governos de António Guterres, José Sócrates e António Costa. O primeiro-ministro já recorreu às redes sociais para felicitar o seu antigo ministro. Após a votação, que aconteceu com a deposição do voto na urna, Santos Silva discursou e prometeu uma «presidência imparcial, contida e aglutinadora». Nas primeira palavras que proferiu também vincou que no hemiciclo não haverá lugar para discursos de ódio e que «o bom requisito para ser patriota é não ser nacionalista, não ter medo de abrir fronteiras, de integrar migrantes e de acolher refugiados». Este ideal e vontade de combater o populismo agitou o Chega, que nesta legislativa é a terceira maior força política.
O académico assumiu o cargo de deputado pela oitava vez através do círculo de emigração, que corresponde a 2,3 milhões de pessoas com o cartão de cidadão português. Augusto Santos Silva nasceu no Porto e tem uma longa carreira na política. O socialista como presidente da Assembleia da República passa a ser a segunda figura do Estado português e ganha assento no Conselho de Estado. O cargo também pode permitir que assuma o cargo de Presidente da República caso haja um «impedimento temporário ou vacatura do cargo».