Autarcas do norte de Portugal e de Zamora reuniram-se para discutir um novo traçado de Alta Velocidade em direcção a Madrid

Para além de diminuir tempos de transporte, a nova linha de Alta Velocidade ajudará a coser a região norte de Portugal

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O auditório dos Paços do Concelho da cidade do Porto recebeu uma conversa sobre a futura Linha de Alta Velocidade Porto – Madrid e como esta deve ter uma via a passar por Trás-os-Montes e Castilla Y León. A Associação Vale D’Ouro acredita que este projecto vai trazer muitos benefícios para o Porto de Leixões, um dos mais importantes do país.

O traçado idealizado pela Associação Vale D’Ouro propõe ligar o Porto a Madrid em pouco menos de três horas, numa extensão de 290 quilómetros, passando por vários territórios de Trás-os-Montes. Cidades como Vila Real ou Mirandela ficariam a apenas 30 e 45 minutos do Porto. A velocidade será até 250 quilómetros por hora no transporte de passageiros e 120 quilómetros por hora no transporte de mercadorias. O custo será de 4,5 mil milhões de euros.

Este traçado é visto como o mais eficiente para chegar a Madrid, a maior capital ibérica. A linha foi discutida numa conferência que reuniu autarcas de vários municípios do Norte de Portugal e de Zamora. Esta ligação foi bastante elogiada por todos os presentes, incluindo o presidente da cidade invicta, Rui Moreira. O autarca do Porto acredita que «se a linha fosse só para mercadorias, seguramente que já valia a pena».

Quando o TGV verá a luz do dia?

Os participantes acreditam que quando a linha de Alta Velocidade (o conhecido TGV) estiver finalmente fora do papel vai ajudar a unir toda a região norte de Portugal. Coser localidades que não estão ligadas pela ferrovia ou a rodovia. A região norte é bastante desequilibrada entre o interior e o litoral. Para além da construção deste traçado férreo pede-se politicas regionais mais competentes.

A ligação de Alta Velocidade mais próxima de Portugal fica a 40 quilómetros de Bragança. A construção de uma rede ibérica de alta velocidade já vem a ser pensada desde 2001 mas desde então nunca foi concretizada. Algo que autarcas e empresários lamentam pois, para eles, as auto-estradas marítimas não servem para ligar Portugal aos países mais centrais.

O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, lembrou que «mesmo tendo sido discutida em 1987, a ligação até Zamora nunca foi concretizada». De 1990 a 2009, Vila Real perdeu as ligações ferroviárias que tinha a Chaves e a Régua. Assim que arranque a Alta Velocidade haverá uma redução no tempo das viagens não só dos passageiros mas também de mercadorias. Pablo Novo, da autarquia de Zamora, este troço tem bastante importante devido a sua intermodalidade. Em Espanha é possivel comprar um bilhete conjunto para dois ou mais transportes. «É muito eficiente quanto ao turismo», disse.

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