18/10/2025

Autárquicas de 2025 trouxeram um «novo líder para o norte de Portugal» e as primeiras câmaras para o Chega

PSD e PS estiveram "taco a taco" em várias câmaras que estiveram empatadas quase até ao fim da contagem de votos

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Urna de votación en una sección electoral en Portugal

Carlos Moedas e Pedro Duarte são os «novos» presidentes das maiores autarquias de Portugal, Lisboa e o Porto. Duarte afirmou que o «Porto elegeu um novo líder para o norte de Portugal». PSD e PS ficaram quase «taco a taco» nestas autárquicas. Houve mudanças de norte a sul do país. A Comissão Política do PS vai reunir-se para discutir o que aconteceu nas autárquicas, onde ganharam duas novas capitais de distrito mas perderam a ANP (Associação Nacional de Municípios). Esta, que era controlada pelo PS desde 2013, vai passar para as mãos do PSD que conquistou o maior número de autarquias. Aí temos os cinco maiores municípios do país (incluindo Lisboa e o Porto). O que não conseguia desde 2005.

A terceira não foi de vez e Manuel Pizarro (do PS) perdeu a Câmara do Porto para o candidato do PSD, Pedro Duarte. Os dois candidatos conseguiram o mesmo número de vereadores. Braga teve três candidatos empatados quase até ao fim mas o vencedor foi o social-democrata João Rodrigues. Por 30 votos, a candidatura da coligação OCP-O Concelho em Primeiro (PPD/PSD, CDS-PP e PPM), liderada por Liliana Silva, venceu a autarquia de Caminha.

O PCP, que a eleições costuma concorrer com o nome CDU, também vai reunir a sua comissão mas independentemente dos resultados, o líder nunca corre perigo. O mesmo pode não acontecer com Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, que depois do desastre das legislativas também não teve boas autárquicas (saiu mesmo do Porto).

Portugueses confiaram na direita nas maiores eleições de Portugal

Os eleitores costumam confiar mais no poder local. Foi o que Carlos Moedas lembrou no seu discurso de vitória, lembrando que Lisboa quer «mais Moedas». Tal como na primeira vez que ganhou, Carlos Moedas teve que esperar até ao fim de noite para saber que tinha ganho a Alexandra Leitão. A CDU e o Chega também conseguiram eleger vereadores. Em Lisboa, existem 17. Nestas eleições, o autarca mais novo tem apenas 31 anos. Luís Montenegro é o grande vencedor desta noite, já que desde 1985, altura em que Cavaco Silva era um primeiro-ministro minoritário (tal como Montenegro), que os sociais-democratas não tinham resultados tão bons.

Uma das capitais conquistadas pelos socialistas foi Coimbra, onde a antiga ministra de Costa, Ana Abrunhosa, não tem maioria mas pretende governar com base no diálogo. Bragança foi conquistada por Isabel Ferreira. Inês de Medeiros manteve Almada, mesmo em frente da Lisboa de Carlos Moedas. Ricardo Leão manteve Loures. Muitas das câmaras foram conquistadas sem maioria e com a necessidade de diálogo com as forças da oposição, e aí o Chega passa a ter uma voz de decisão. Mesmo entrando na vida autárquica com a conquista de três municípios, de onde podemos destacar Vilamoura, André Ventura pode ser considerado um dos derrotados da noite pois no início da campanha dizia que o seu partido ia conseguir 30 câmaras municipais. Os independentes lideram 20 câmaras, incluindo a de Santiago do Cacém, onde o vencedor foi apoiado pelo PS e pelo PSD. Isaltino Morais continua a ser «rei e senhor» de Oeiras.

Setúbal foi um dos locais, tal como Grândola, onde a CDU foi «esmagada» mas continua a ser a terceira maior força local em Portugal. Sesimbra foi um dos sítios que a CDU conseguiu manter, com Francisco Jesus a ser eleito para um segundo mandato e a ganhar estas eleições com pouco mais de duzentos votos de avanço comparando com o Chega, a segunda força mais votada neste concelho da Margem Sul do Tejo e que desde a Revolução só teve duas forças políticas a frente, CDU e PS. Barrancos também se mantém comunista.