Foi anunciado o início de um estudo que pretende ligar o Atlântico ao Pacífico. Este projeto será dinamizado pelo Brasil e pela China. O projeto ferroviário só vai avançar se este estudo tiver um aval positivo. A proposta prevê que a ferrovia atravesse os estados de Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre antes de cruzar a fronteira com o Perú.
A participação chinesa, tal como o Governo brasileiro já explicou, vai acontecer através da empresa estatal China State Railway Group, que colaborará nos estudos de viabilidade. Segundo o Executivo de Brasília, a proposta pretende reposicionar o Brasil no comércio internacional (especialmente para a Ásia, quando Trump ameaça taxar o Brasil em 50%) e promovendo ganhos. A China tem estado a disputar com os Estados Unidos a América Latina e como tal tem investido bilhões em infraestruturas em vários países, incluindo o Perú.
O primeiro-ministro do Perú, Eduardo Arana, garantiu que o seu país «não autorizou, nem tenciona investir» num comboio deste tipo. O Governo do Perú, através de Elmer Schialer, lembra que o Brasil não pode aceder ao oceano Pacífico sem a sua autorização e participação no projeto. Já há alguns anos se fala sobre ligar o Atlântico brasileiro ao Pacífico peruano. O mega porto de Chancay começou a trabalhar há poucos meses.
A infraestrutura conta com 15 embarcadores. Este porto encurta a rota do Brasil para a China em 28 dias. O comentário veio depois de o Brasil e a China terem anunciado (durante a Cimeira dos BRICS) o início de um estudo para a construção de uma ferrovia que una o estado da Bahia (partiria do porto de Ilhéus) ao porto peruano de Chancay, a norte de Lima, que teria de passar pela Amazónia dos dois países. Os principais problemas que terão que enfrentar serão ambientais e financeiros para que esta ferrovia possa ver a «luz do dia». Para tal avançar, teria que se gastar 10 mil milhões de dólares. Ainda seria apenas um estudo.
O comboio só pode avançar com a participação do Perú. O porto de Chancay foi construído com o financiamento da China. Este porto é visto como uma «porta de entrada» do país para os produtos vindos da Ásia. O Perú tem uma grande comunidade de descendentes de asiáticos, especialmente do Japão. O antigo presidente Alberto Fujimori foi exemplo disso.
