O vencedor da edição de 2025 do Prémio Eduardo Lourenço, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos, é o D. José Tolentino Mendonça, quem está comovido pela distinção que leva o nome de uma pessoa da qual foi amigo. Para o Cardeal, Eduardo Lourenço ajudou «a pensar e a viver a europa enquanto projeto cultural». Isto tudo a partir da península ibérica, «uma Europa antes da própria Europa». Para D. José Tolentino Mendonça, Eduardo Lourenço foi um mestre que ensinou o idioma espiritual das duas nações ibéricas.
A decisão, tomada na sede do Centro de Estudos Ibéricos (na Guarda), foi de unanimidade pelo júri, que também referiu a grande qualidade e diversidade das candidaturas apresentadas a este prémio. O júri é constituído não só por membros do CEI mas também pelo presidente desta autarquia, Sérgio Costa, e os vice-reitores das Universidades de Coimbra e de Salamanca. Para além de convidados apontados pelas duas universidades.
Este considerou que o poeta dá um grande valor «não só a palavra mas também a educação». Fortalecendo os laços que cruzam as fronteiras e ajudam a dialogar no território ibérico. A «fronteira é um mistério de encontro», como lembra o Centro de Estudos Ibéricos.
O poeta e cardeal português é visto como um dos possíveis futuros candidatos a Papa. O Cardeal, oriundo da Madeira, é visto como humanista e um forte nome da cultura contemporânea portuguesa.
Durante o mais recente internamento do Papa Francisco, o Cardeal português foi um dos que fez o seu lugar na Praça de São Pedro. A relação com o Papa Francisco depois do Cardeal português ter organizado um retiro espiritual para o Sumo Pontífice em Portugal. No Vaticano, o cardeal português D. José Tolentino Mendonça é o prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação. O madeirense nasceu em 1965 e é Cardeal (podendo votar e ser votado) desde 2019. Biblista, investigador, poeta e ensaísta, Tolentino Mendonça foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem de Sant’lago da Espada por Aníbal Cavaco Silva, presidente da República, em 2015. As suas obras, incluindo a mais recente («A vida em nós») são editadas pela Quetzal.
Esta é a 21.ª edição do Prémio Eduardo Lourenço, que foi instalado em 2004. O prémio, atribuído anualmente, distingue personalidades ou instituições «com intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas». Estas personalidades recebem um valor monetário de 7.500,00€. Este prémio já foi ganho pela escritora Lídia Jorge, a Fundação José Saramago ou a pianista Maria João Pires. O Centro de Estudos Ibéricos já tem 25 anos.
