Um estudo arqueológico aponta que há 5000 anos, as crianças ibéricas terão desenhado corujas nos brinquedos, feitos em pedra que tinham. Estas crianças olhavam as corujas da mesma forma que os jovens do século XXI o fazem. Crianças dos 4 aos 13 anos de escolas do sudeste de Espanha foram convidadas a desenhar corujas e, segundo os arqueólogos, as semelhanças com as placas encontradas são incríveis.
A coruja é considerada, desde a Idade do Cobre, um animal sábio e protetor. A esta conclusão chegou-se após a descoberta, e posterior comparação, de placas de ardósia com cinco milénios que foram descobertas tanto em Portugal como em Espanha. Um total de 100 exemplares foram estudados e reparou-se que os mesmos apresentavam um conjunto de características bastante associadas às corujas, como é o caso de tufos de penas ou bicos. Fabricar estes brinquedos era uma forma de os mais jovens apenderem diversas técnicas de gravura e escultura, essencial para a manufatura de outros itens, como facas ou pontas de flechas. Esta brincadeira era usada para escolher os mais habilidosos para trabalharem com as pedras quando crescessem.
Não se sabe como estas crianças brincavam com estas placas, mas as mesmas tinham furos onde era possível inserir penas verdadeiras. A maioria destas placas, de aparência banal, foram encontradas em túmulos e antigos lares, locais nem de perto associados a rituais de representações animais. Estas placas também poderiam ser entregues pelas crianças como tributo aos entes queridos que morriam.
Os arqueólogos estudam corujas gravadas em ardósia há décadas, tentando descobrir o segredo do seu uso. Antes desta descoberta peninsular, muitos acreditavam que estas placas de ardósia representavam deuses.