Haverá alteração a disciplina de Cidadania, onde já não se vai falar sobre educação sexual. Várias especialistas já se demonstraram contra e falam num apagão não só ao conhecimento, mas também a ciência. Muitos pais, especialmente os que votam a direita, já tinham criticado ao currículo desta disciplina que agora pode ser «votado» online. Estes pais defendem que a disciplina de Cidadania «deve promover uma sexualidade saudável» sem recorrer a «propaganda». A Associação Nacional de Estudantes de Medicina considera que a «educação sexual é fundamental na formação dos jovens». Uma formação que está cada vez mais, de forma errada, nas mãos dos criadores de conteúdos nas redes sociais. É mais uma opção política do que pedagógica.
Vários diretores das Escolas Públicas já pediran a continuidade de educação sexual na disciplina. O ministro da Educação, Fernando Alexandre, defende que a educação sexual não vai desaparecer dos currículos escolares apesar de, no próximo ano lectivo, não ter o mesmo peso de antes na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. Ainda não se sabe como a educação sexual será dada nas escolas. Para o ministro, seria «um retrocesso enorme» retirar estes conteúdos. O ministério da Educação português lembra que Portugal é um dos poucos países que insere este tipo de conteúdos na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento.
A deputada única do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, enviou uma carta ao ministro apontando os «efeitos positivos» da educação sexual nas escolas. Sobre esta retirada, o PS acusa o Governo de se estar a aproximar do Chega nesta «luta» contra a identidade de gênero. A vice-presidente da bancada do PS Mariana Vieira da Silva diz que o afastamento da educação sexual dos currículos escolares pode levar a um agravamento da crise de saúde pública, como é o caso de gravidez indesejável e das doenças sexualmente transmitidas.