O primeiro-ministro português, António Costa, está a realizar uma visita de dois dias a Angola. Esta é a segunda visita oficial do primeiro-ministro português (a primeira aconteceu há 5 anos) a Luanda. Na chegada a Angola, Costa foi recebido no aeroporto pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, Téte António. Na visita a Luanda, o Governo de Costa assinou com o de João Lourenço 13 acordos que pretendem melhorar a cooperação bilateral entre as duas nações lusófonas.
Foram assinados acordos para a educação, políticas do mar, investigação criminal e a segurança alimentar. Em relação a justiça, as nações lusófonas pretendem reforçar a cooperação contra a corrupção. Na cerimónia também foi assinado um acordo de formação de jornalistas. Com estas assinaturas, ambos os governantes afirmaram que a partir de agora o numero 13 passará a representar sorte e não azar.
Ambos os chefes de governo defenderam que todos os patriotas são irmãos unidos por uma história semelhante e a língua portuguesa. O político português visitou a Escola Portuguesa de Luanda e prometeu a criação de mais escolas portuguesas não só nos PALOP mas em todos os países do mundo. António Costa acredita que os dois países «tem uma relação especial, madura e até cúmplice».
Relações diplomáticas de Portugal com Angola estão num dos seus melhores momentos
Neste momento, as relações estão num grande momento, muito devido a relação que partilham pela luta que ambos os países tiveram para se libertarem do regime opressor do Estado Novo. Nos últimos 5 anos, as relações bilaterais melhoraram bastante depois de um irritante que afastou Lisboa de Luanda. O PM nesta visita também prometeu que Portugal iria contribuir para uma maior diversificação da economia angolana.
Numa entrevista a um meio de comunicação angolano, António Costa deu os parabéns pela agenda reformista e ambiciosa levada a cabo nos últimos anos. Os acordos assinados mais importantes estão nos domínios económicos e financeiros. Houve um aumento na linha de crédito empresarial para dois mil milhões de euros e o presidente de Angola pretende que os empresários portugueses voltem a investir em força no seu país.
As empresas portuguesas sempre estiveram presentes em Angola (como é o caso da Mota-Engil) e no período de crise, Isabel dos Santos foi uma das maiores investidoras em Portugal. Desde 2014, Portugal perdeu o seu posto de maior parceiro comercial de Angola para a China. Angola está a alargar as suas privatizações e quer Portugal a investir mais.
Na visita a Angola, António Costa convidou João Lourenço a participar, no próximo ano, nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril (e dos 50 anos da independências deste país). Estes são dois eventos indissociáveis. «Lutas gémeas pela liberdade e pela independência», como lembrou em Luanda Costa. Estas palavras foram preferidas na Fortaleza de São Francisco do Penedo, lugar usado pelo Estado Novo e que no futuro será o Museu da Luta de Libertação. Uma história que deve ser assumida e estudada. Convite semelhante será feito aos restantes chefes de estado dos PALOP. Depois de terminada a visita a Angola, António Costa vai juntar-se a Marcelo Rebelo de Sousa na África do Sul para celebrarem o 10 de Junho.