Duas vezes por ano mudamos o horário adaptando ao inverno ou ao verão. Sempre que esta mudança existe voltamos com a conversa do impacto que esta mudança tem no corpo humano e que deveríamos manter um horário fixo todo o ano. Quem nunca ficou confuso com a mudança horária?
Esta possibilidade, de manter uma hora fixa, existiu mas a pandemia fez cair este debate que existe em ambos os lados da fronteira. Muitos moradores da zona raiana não compreendem o facto de haver uma hora de diferença entre localidades que ficam a pouco mais de 4 quilómetros de distância, como é o caso de Barrancos (em Portugal) e Encinasola (em Espanha). Portugal continental tem o mesmo fuso horário do Reino unido ou de Angola, que fica na ponta sul do continente africano. Já Espanha, que mudou para o fuso horário que tem atualmente em 1940, tem o mesmo fuso horário que países como a Alemanha ou a Polónia, que ficam no centro do continente europeu. A distância horária entre Portugal e Espanha aumenta quando mudamos para o horário de Verão.
A mudança de horário também tem impacto no equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional. Antes, os alunos entravam e saiam da escola a noite. Agora a vida escolar e laboral (os economistas também apontam para o peso que a mudança horária tem no PIB do país) é guiada pelas horas de sol. Cada país decide a hora que pretende usar.
Em Espanha pede-se «o horário de Lisboa» para corrigir a «simpatia de Franco com a Alemanha de Hitler». Estas declarações foram prestadas pelo professor da Universidade Politécnica de Madrid, José María Fernández-Crehuet, no podcast El Mundo al día. Este podcast está ligado ao jornal El Mundo. Neste podcast, o professor também lembrou as habituais horas de almoço e de jantar que existem em ambos os países, e que no caso português pretendem aproveitar ao máximo a existência (ou não) de sol. Em Espanha estas refeições costumam acontecer mais tarde. O professor defende uma mudança de horário que se ajuste àquele que existe em Londres e em Lisboa, que é o mesmo.
