Em Varsóvia, na Polónia, durante o 34.º Fórum Nacional dos Conselhos de Ética, entidades de Portugal e de Espanha apoiaram a proibição dos telemóveis em recinto escolar. Para as duas instituições ibéricas, esta medida vai ajudar a proteger a saúde mental das crianças e dos adolescentes. Defendem que os telemóveis não podiam ser usados nas escolas por crianças até ao 6° ano e limitadas até ao 9° ano de escolaridade. Em Portugal, vai ser proibido o uso do telemóvel por parte das crianças dos dois primeiros anos de escolaridade.
Em toda a Europa, existe cada vez mais uma preocupação em relação ao impacto do uso do telemóvel e das redes sociais junto dos mais novos. As crianças têm uma literacia digital acima da média, comparando com outras gerações, mas os momentos em família e a própria aprendizagem pode ser colocada em causa.
Para além da proibição dos telemóveis, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e o Comité de Bioética espanhol exigiram a adoção de mecanismos eficazes de verificação da idade dos utilizadores de redes sociais. Estas pedem uma idade mínima mas não é possível verificar se a pessoa que está no outro lado da tela é menor ou não. Também rejeitam qualquer tipo de prática que incentivem a comportamentos aditivos no mundo digital (como é o caso de jogos estilo «tigrinho», que está a deixar muita gente no Brasil sem dinheiro e já chegou a Portugal). Em Espanha, encontra-se em discussão o Projeto de Lei Orgânica. Este projeto pretende introduzir mecanismos de verificação de idade. Aponta-se para os 16 anos. O Governo de Portugal pretende que exista mais ética no mundo digital.
As duas instituições também defenderam a criação de una rede social pública, financiada por fundos europeus. Uma rede social pública como já há televisões ou rádios estatais e que por detrás, no caso da televisão, tem a EBU (o mesmo organismo responsável por certames como a Eurovisão). Atualmente, as principais redes sociais estão baseadas fora do território europeu, como é o caso do Facebook e do Tik Tok.