Estudo da Greenpeace aponta os problemas nas ligações ferroviárias entre Portugal e Espanha

Lisboa e Madrid não estão ligadas directamente e quem queira viajar entre as duas capitais deverá esperar longas horas

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Um estudo realizado pela Greenpeace demonstra que é quase impossível viajar entre as duas capitais ibéricas, no mesmo dia, usando comboio. No estudo salienta-se que a melhor ligação Porto-Vigo, com dois comboios por dia, é muito pouco para uma boa circulação de pessoas e mercadorias entre os dois países. Através desta ligação, pelo nordeste de Espanha, é possível chegar (no mesmo dia) a Madrid.

O mesmo não podemos dizer de Lisboa-Madrid, uma ligação que demora várias horas e obriga a mudar de comboio no meio do caminho. Se vier do Porto para a capital espanhola conte com uma viagem de nove horas para perfazer os 420 quilómetros de distância entre as duas cidades. Para além da ausência de uma ligação directa, a Greenpeace também destacou o facto que a CP «não vende bilhetes com mais de dois meses de antecedência e os bilhetes para Espanha têm de ser comprados ao operador ferroviário espanhol».

A ONG analisou as rotas Porto-Lisboa e Porto-Faro, comparando as opções entre o comboio e o avião, concluindo que só na primeira rota o comboio é mais barato e demora menos tempo, um pouco mais de três horas. Nesta rota, a opção pelo avião envolve a emissão de 57 quilos de gases de efeito de estufa por passageiro. Segundo este estudo, as viagens de longo curso de comboio são duas vezes mais caras do que as dos aviões. A ONG ambiental pede que a UE torne as viagens de comboios mais acessíveis do que os voos de avião. A Greenpeace, que também analisou as rotas aéreas em toda a Europa, concluiu que 79 das 112 são mais baratas que os comboios. O estudo abordou o estado das ligações em 24 Estados-membros, incluindo Portugal, Espanha ou o Reino Unido.

Das 23 que são mais baratas que a ferrovia, apenas metade tem boas ligações. O ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, afirmou, num almoço com empresários, que num futuro (não muito longínquo) os voos de menos de 600 quilómetros serão proibidos no território europeu. Os aviões para além de serem mais regulares acabam por ter bilhetes com custos mais acessíveis. Cada vez mais se pretende que o comboio ofereça uma força de viajar mais cómoda e menos poluente. Para mudar esta situação, a Greenpeace propõe a emissão de «bilhetes climáticos». Estes são títulos válidos para os meios de transporte públicos de um país ou região e também pode incluir viagens transfronteiriças.

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